ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

03/Nov/2021

Preços do trigo firmes no Brasil com alta do dólar

Os preços do trigo, principalmente no mercado de lotes, seguem firmes devido ao dólar bastante valorizado frente ao Real. Em outubro, a moeda norte-americana subiu 3,6%, para R$ 5,65. Esse cenário é observado mesmo com o período de colheita no Brasil. Além disso, os valores no mercado internacional continuam elevados. No campo, a produção no Paraná foi revisada para baixo, ainda devido à estiagem em meses anteriores, que reduziu o potencial produtivo. Nos últimos sete dias, os preços pagos ao produtor registraram elevações de 0,7% no Rio Grande do Sul e de 0,5% em Santa Catarina. No Paraná, por outro lado, os valores recuaram 0,2%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações avançaram 1,3% no Rio Grande do Sul, 0,5% em São Paulo e 0,5% no Paraná. Já em Santa Catarina, houve desvalorização de 0,3% no mesmo período. Em relação à liquidez, as negociações do trigo não estão ocorrendo de forma intensa, com produtores armazenando o cereal de melhor qualidade.

A expectativa é negociar no primeiro semestre de 2022, quando sazonalmente os preços ficam acima da média anual. A colheita desta safra segue ocorrendo de forma intensa no Brasil. Especificamente no Paraná, informações atualizadas na última semana indicaram produção de 3,24 milhões de toneladas, contra 3,53 milhões de toneladas projetadas em setembro. Ainda assim, a produção será superior à temporada anterior (3,19 milhões de toneladas), em decorrência da maior área destinada ao cereal, que atingiu 1,2 milhão de hectares, elevação de 7% no mesmo comparativo. Apesar disso, o rendimento esperado é de 2.695 Kg/hectare, redução de 4,6% em comparação à safra passada. Em relação às atividades em campo, 82% da área já foi colhida. No Rio Grande do Sul, a colheita alcançou 28% da área, avanço semanal de 19 pontos percentuais diante do clima favorável. Mesmo assim, ainda está abaixo dos 60% registrados no mesmo período de 2020. Das lavouras que estão no campo, 53% estão em maturação; 18%, em enchimento de grãos; e 1% está em floração.

Segundo dados da Secex, até a quarta semana de outubro, as importações de trigo tiveram média diária de 23,3 mil toneladas, contra 25,4 mil toneladas no mesmo mês de 2020, redução de 8,2%. Os preços de importação registraram média de US$ 276,50 a tonelada FOB origem, 21,2% acima dos verificados em outubro/2020 (US$ 228,10 a tonelada). A paridade de importação do trigo com origem na Argentina está em US$ 314,67 a tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,60, o cereal importado era negociado a R$ 1.760,89 a tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, tem média de R$ 1.575,71 a tonelada, de acordo com dados do Cepea. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 295,17 a tonelada, o equivalente a R$ 1.651,72 a tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.466,01 a tonelada na média do estado coletada pelo Cepea.

Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago (CME Group) subiu 2,2% nos últimos sete dias, para US$ 7,72/bushel (US$ 283,94 a tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter avançou 1,5%, para US$ 7,85/bushel (US$ 288,71 a tonelada). A alta dos preços continua relacionada à menor oferta global de trigo. Na Argentina, nos últimos sete dias, as cotações FOB no porto de Buenos Aires registraram aumento de 3,7%, para US$ 309,00 a tonelada. Na Argentina, a estimativa de produção na safra 2021/2022 está em 19,8 milhões de toneladas, alta de 16,4% em comparação à anterior. Até 27 de outubro, a colheita de trigo havia alcançado 6,7% da área. Quanto às condições das lavouras, 47% estão excelentes/boas; 35%, normais; e 18%, em situação ruim. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.