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19/Out/2021

Preços do trigo firmes e avanço da colheita no País

As atenções de agentes do setor tritícola seguem voltadas à colheita do cereal, que está avançando no Paraná e começando a ganhar ritmo no Rio Grande do Sul. Nos últimos dias, especificamente, as atividades em algumas regiões do Rio Grande do Sul foram limitadas por chuvas. Além disso, os agentes estão atentos às novas estimativas que reforçam a possibilidade de safra recorde no Brasil. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, até o dia 9 de outubro, 34,7% da safra de trigo havia sido colhida no País, progresso semanal de 12,1%, mas abaixo dos 43,7% do mesmo período da temporada anterior. As atividades já foram finalizadas em Goiás e em Minas Gerais e estão ocorrendo em São Paulo (65%), no Paraná (58%), na Bahia (25%), em Santa Catarina (4,8%) e no Rio Grande do Sul (3%). A Emater-RS sinalizou que, até o dia 14 de outubro, a colheita no Rio Grande do Sul havia atingido 5% da área, avanço de 2% na semana, com as atividades sendo limitadas por intensas chuvas. No mesmo período da temporada passada, a colheita já estava em 24% da área.

Em relação ao desenvolvimento, 42% estão em enchimento de grãos; 42%, em maturação; 10%, em floração; e apenas 1% está em desenvolvimento vegetativo. Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reajustou positivamente a produção brasileira frente ao relatório de setembro, passando de 7,7 milhões de toneladas para 7,9 milhões de toneladas, 26,4% acima da safra 2020/2021. Os preços no Brasil registram recuo no mercado de lotes (negociações entre empresas), pressionados pela desvalorização de 0,91% do dólar frente ao Real entre 8 e 15 de outubro, contexto que reduziu a paridade de importação do cereal. No mercado balcão (preço pago ao produtor), os valores continuam em direções opostas, com queda no Paraná, devido à colheita mais avançada. Em relação às negociações, no geral, os moinhos aguardam a intensificação das atividades no Rio Grande do Sul e um possível enfraquecimento nos preços. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), a desvalorização do trigo em grão é de 0,15% no Paraná, com estabilidade em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, os preços apresentam alta de 1,24%.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações registram recuo de 0,93% no Rio Grande do Sul e em São Paulo, 0,46% em Santa Catarina e 0,25% no Paraná. Em termos mundiais, o USDA reduziu a estimativa de produção global da safra de trigo 2021/2022, agora apontada em 775,87 milhões de toneladas, principalmente devido às menores produções nos Estados Unidos, Canadá, Cazaquistão e Irã. Apesar disso, a produção global ainda deverá ser 0,1% superior à temporada anterior. A produção do Canadá foi reduzida em 2 milhões de toneladas entre os dados de setembro e de outubro, com uma menor área colhida, devido aos efeitos da seca severa no verão. Por isso, a produção canadense, de 35,18 milhões de toneladas em 2020/2021, passa para apenas 21 milhões de toneladas em 2021/2022. Na Rússia, a produção também foi reduzida de forma expressiva, com estimativa de 85,35 milhões de toneladas na safra 2020/2021 e queda de 15,1% na projeção de 2021/2022 (indo para 72,5 milhões de toneladas).

Quanto ao consumo, há queda em comparação ao relatório anterior, passando de 789,62 milhões de toneladas para 787,05 milhões de toneladas. Contudo, ainda representa alta de 0,8% de 2020/2021 para 2021/2022. Os estoques mundiais recuaram 2,1% frente ao relatório de setembro e 3,9% em relação aos da safra 2020/2021, com um volume de 277,175 milhões de toneladas, o menor desde 2016/2017. Assim, a relação estoque/consumo apresentou leve piora, saindo de 35,9% para 35,2%. Em relação às exportações da safra 2021/2022, o USDA prevê 201,813 milhões de toneladas, elevação de 1,9% em comparação à safra anterior, apesar da queda expressiva do volume do Canadá. Os destaques nas exportações continuam sendo a Austrália (24,5 milhões de toneladas) e a Ucrânia (23,5 milhões de toneladas), com avanços expressivos de 24,2% e de 39,5%, respectivamente, entre as temporadas 2020/2021 e 2021/2022. Os maiores exportadores permanecem sendo a União Europeia (35,5 milhões de toneladas) e a Rússia (35 milhões de toneladas).

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de outubro, as importações de trigo tiveram média diária de 20,82 mil toneladas, contra 25,42 mil toneladas no mesmo mês de 2020, redução de 18,1%. Os preços de importação registram média de US$ 272,90 por tonelada FOB origem, 19,7% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 228,10 por tonelada). Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram queda de 2% nos últimos sete dias, a US$ 301,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago (CME Group) permanece estável nos últimos sete dias, a US$ 7,34 por bushel (US$ 269,70 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra valorização de 0,8%, a US$ 7,43 por bushel (US$ 273,28 por tonelada). A alta é influenciada pela queda semanal da moeda norte-americana e por vendas externas do cereal dos Estados Unidos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.