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15/Out/2021

Rússia projeta área menor de trigo em 2022/2023

Segundo a trading Sodrugestvo, a Rússia deve plantar área 5% menor de trigo na safra 2022/2023, especialmente pela migração dos agricultores para culturas mais rentáveis e com menos impostos". O governo russo aplica taxas sobre a exportação do cereal. A safra russa 2022/2023 começa a ser semeada em breve. Na temporada 2021/2022, a estimativa é de que a produção da Rússia atinja 72,5 milhões de toneladas ante expectativa inicial acima de 85 milhões de toneladas. A safra quebrou em quantidade, com perdas de 13% a 15%, mas não perdeu em qualidade. Talvez a produção possa ser ajustada no próximo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Quanto às exportações, a Rússia tende a comercializar 11,1 milhões de toneladas em 2021/2022, representando 31% do total, ante 35% do ano anterior. O país é o maior exportador global de trigo, contribuindo com 18% do mercado global e comercializando o cereal para mais de 60 países.

O mercado estima que possa haver revisão de critério nos cálculos de impostos de exportação. Também se espera que alguma cota de exportação possa ser divulgada o início do ano que vem valendo para a safra corrente, que vai até julho do ano que vem. Quanto à Ucrânia, o país está se consolidando como importante exportador de trigo. Na safra 2021/2022, estima-se produção de 33 milhões de toneladas para a Ucrânia, com exportação de 23,5 milhões de toneladas. Esse número pode chegar a 24,5 milhões de toneladas e até 26 milhões de toneladas, como governo ucraniano vem estimando. O país deve manter a área plantada na safra 2022/2023 com potencial de manutenção da produção. Para a Lituânia, a produção deve ser de 4,63 milhões de toneladas em 2021/2022 ante 5,36 milhões de toneladas em 2020/2021, com exportação de aproximadamente metade da produção.

Sobre as perspectivas para o mercado global de trigo neste quarto trimestre, foram citados como potenciais fatores altistas a demanda chinesa robusta e a expectativa de manutenção de área dos grandes exportadores do cereal. Do ponto de vista baixista, a safra robusta na América do Sul com destaque as safras da Argentina e do Brasil que podem ser volumosas e dar alento temporário no preço local. Mesmo com o controle sobre as exportações de trigo, a Rússia deve continuar fornecendo boa parte do cereal ao mercado externo. Independente do contexto, a Rússia tem excedente para vender e, por ter esse excedente, ela vai comercializar. Não haveria necessidade de restringir de uma forma muito drástica a ponto de impedir ou de aplicar uma restrição muito elevada dos volumes. Há expectativa no mercado de que possa haver revisão de critério nos cálculos de impostos de exportação pelo governo russo e de que alguma nova cota de exportação possa ser divulgada o início do ano que vem valendo para a safra corrente, que vai até julho do ano que vem.

A Rússia tem histórico de estabelecer cotas de exportação desde que se tornou exportadora global e neste ano impôs também impostos sobre trigo exportado. Em relação à temporada 2022/2023, a tendência é de que os agricultores russos tomem decisão de plantio baseados na rentabilidade dos cultivos, o que poderia levar a uma migração de lavouras de trigo para outros cereais. Provavelmente, o que o agricultor vai fazer no ano que vem é avaliar se planta cevada, sorgo ou outra oleaginosa. Isso ele não fazia, já que o trigo é uma cultura inequívoca para a Rússia, assim como a soja é para o agricultor brasileiro. Apesar da estimativa de a Rússia cultivar área 5% menor com trigo em 2022/2023, a expectativa é de manutenção na área total plantada com grãos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.