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13/Out/2021

Tendência de preços estáveis para trigo em grãos

A colheita de trigo foi iniciada no Rio Grande do Sul e segue avançando nas demais regiões do País. Ressalta-se que, neste ano, a produção do cereal no estado sul-rio-grandense pode atingir 3,59 milhões de toneladas, um recorde, e acima da oferta do Paraná que, atualmente, sustenta a posição de maior produtor nacional. Relatório divulgado no dia 7 de outubro pela Emater-RS indica que 3% das lavouras do Rio Grande do Sul foram colhidas, sendo que, do restante, 45% estão em enchimento de grãos, 27%, em floração, 23%, em maturação e 2%, em desenvolvimento vegetativo. Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) evidenciam que a safra nacional de trigo foi prejudicada por geadas e pela falta de chuvas neste ano, mas o forte crescimento na área destinada ao cereal nesta safra deve resultar em maior produção nacional. A área com trigo em 2021 chega a 2,706 milhões de hectares, 15,6% acima da safra anterior.

A produtividade foi reduzida em comparação ao boletim de agosto, estimada agora em 3,027 toneladas por hectare, ainda 13,7% superior à de 2020. Por isso, a estimativa de produção cresceu frente ao relatório anterior, podendo somar 8,19 milhões de toneladas, significativo aumento de 31,4% em comparação à temporada anterior e um recorde. No relatório de outubro, a disponibilidade interna (estoque inicial + produção + importação) foi elevada pela Conab na comparação ao anterior, em decorrência da maior produção, e deverá totalizar 14,337 milhões de toneladas, 11,41% acima da safra anterior e o maior volume desde 2016. Do lado da demanda, a estimativa do consumo interno permaneceu em 12,34 milhões de toneladas, 3,7% a mais que na última temporada. A exportação entre agosto/2021 e julho/2022 foi elevada para 900 mil toneladas.

Por isso, o estoque final, em julho/2022, foi novamente reduzido, e deverá ser de 1,092 milhão de toneladas, ainda expressivamente superior às 146,9 mil toneladas estimadas para julho/2021. Os preços no Brasil estão em direções opostas. No Paraná, onde a colheita está mais avançada, os preços registram queda, pressionados pela maior oferta. Por outro lado, a valorização do dólar favorece a alta nas cotações em algumas regiões, especialmente no mercado de lotes. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), as desvalorizações do trigo em grão são de 0,95% em Santa Catarina e de 0,76% no Paraná. No Rio Grande do Sul, os preços apresentam alta de 0,79%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações registram avanço de 1,37% no Rio Grande do Sul, 1,05% em Santa Catarina e 0,95% em São Paulo. No Paraná, a queda é de 0,70%.

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) aponta que, em setembro/2021, o Brasil importou 447,51 mil toneladas de trigo, redução de 24,7% sobre o mês anterior e queda de 4,1% frente a setembro/2020. Do total importado pelo Brasil, 87,4% vieram da Argentina, 5,3%, do Canadá, 3,6%, da Rússia, 2,9%, do Uruguai e 0,8% do Paraguai. Os preços de importação registraram média de US$ 275,62 por tonelada FOB origem, 0,3% abaixo dos preços de agosto/2021, mas 24,7% superiores aos de setembro/2020 (US$ 221,00 por tonelada). Ao se considerar o dólar médio de R$ 5,29 em setembro/2021, o custo médio da importação no mês passado foi de R$ 1.458,83 por tonelada FOB, 22,2% a mais que em setembro/2020. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires apresentam avanço de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 307,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra desvalorização de 2,8% nos últimos sete dias, a US$ 7,34 por bushel (US$ 269,70 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta recuo de 2,9% nos últimos sete dias, a US$ 7,37 por bushel (US$ 270,98 por tonelada). Apesar da queda semanal, a tendência ainda é de alta, tendo em vista a redução das exportações da Rússia e a menor produção nos Estados Unidos e no Canadá. Segundo dados atualizados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na China, a produção de trigo na safra 2021/2022 foi estimada em 137 milhões de toneladas, contra 136,9 milhões de toneladas apresentadas em setembro e superior à da safra 2020/2021 (134,25 milhões de toneladas). O consumo chinês pode somar 148 milhões de toneladas, mas a importação do cereal foi reduzida para 8 milhões de toneladas no período iniciado em julho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.