11/Out/2021

A comercialização de trigo no mercado interno acompanha o avanço da colheita nas regiões produtoras. No Paraná, onde a retirada do cereal está avançada, os negócios ganham ritmo. No Rio Grande do Sul, com colheita ainda incipiente, tanto moinhos quanto produtores aguardam maior disponibilidade de cereal para efetivar novos contratos. No Paraná, as chuvas nos últimos dias acabaram destravando a negociação do cereal. Na região dos Campos Gerais, os preços apresentam alta. Há registro de negócios a R$ 1.580,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e pagamento no fim do mês ou em 30 dias. O valor ficou acima dos R$ 1.530,00 a R$ 1.550,00 por tonelada ofertados na semana passada. Os moinhos estão se movimentando para comprar, elevando suas indicações, com receio de que as chuvas possam prejudicar a safra nova mais à frente. Este movimento ocorre principalmente no norte e oeste do Paraná, onde a colheita está em andamento. Na região dos Campos Gerais ainda não há praticamente nada colhido. Os vendedores estão firmes e indicam R$ 1.580,00 por tonelada.

Alguns produtores indicam R$ 1.600,00 por tonelada FOB, para pagamento e entrega neste mês. Em relação ao trigo que ainda será colhido, praticamente não há registro de negócios. Os compradores indicam R$ 1.450,00 por tonelada do trigo colocado em Ponta Grossa em novembro para pagamento em dezembro, sem interesse de venda. O produtor ainda está esperando o resultado das chuvas nas lavouras para ver se o preço sobe um pouco mais. As chuvas provocam doenças, acamamento das lavouras por causa dos ventos, o que atrapalha a colheita. No Paraná, 58% das lavouras foram colhidas. O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) aponta que o Paraná já tem trigo disponível em excedente para o consumo nacional mensal, estimado em aproximadamente 1 milhão de toneladas. A disponibilidade junta-se a uma importação mensal de aproximadamente 550 mil toneladas ao longo deste ano, bem como ao início da colheita no restante do Mercosul, ocasionando o momento de mais alternativas para compras do cereal pelos moinhos.

No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, os preços no spot se mantêm estáveis. A indústria moageira indica entre R$ 1.450,00 e R$ 1.480,00 por tonelada colocada em moinho, para entrega imediata e pagamento em 30 dias. O mercado está praticamente parado. Para o trigo que será colhido, não há referência de preço e nem interesse de venda por parte do produtor. Na região metropolitana de Porto Alegre, há registro de negócios pontuais remanescentes da safra velha a R$ 1.500,00 por tonelada, para entrega imediata em moinho de Canoas e Porto Alegre. Para safra nova, os valores indicados apresentam alta de R$ 10,00 por tonelada, a R$ 1.480,00 por tonelada posta em fábrica da região metropolitana em novembro. A Emater/RS informou em relatório semanal que 3% da área do Estado foi colhida. Foram relatados danos pontuais nas lavouras decorrentes de ventos e queda de granizo em algumas regiões. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.