ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

08/Out/2021

CTNBio adia a decisão sobre o trigo transgênico

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) adiou, mais uma vez, a decisão sobre a liberação comercial de trigo transgênico no Brasil para consumo humano e animal. O assunto estava na pauta da sua 245ª reunião ordinária do colegiado, que ocorreu nesta quinta-feira (07/10), de forma sigilosa, mas ainda não foi deliberado. A empresa requerente encaminhou os documentos solicitados à CTNBio e a Comissão está se debruçando sobre esses dados. No mais breve possível, haverá deliberação sobre o assunto. A comissão reconhece que há diversos atores sociais e econômicos bastante atentos ao processo. A expectativa é de que essa avaliação seja muito precisa. A CTNBio está avaliando com todo o cuidado necessário diante do que cabe à Comissão: avaliar aspectos relacionados à saúde humana, vegetal e ao meio ambiente.

No dia 10 de junho, a Comissão solicitou informações adicionais ao requerente, a empresa de sementes Tropical Melhoramento & Genética (TMG), para prosseguir com as análises sobre eventual liberação. A comissão não detalha quais informações e dados foram solicitados à empresa. O processo confidencial que tramita na CTNBio avalia a permissão da comercialização do trigo geneticamente modificado para aumento de produtividade em situações e ambientes de baixa disponibilidade hídrica e resistente ao (herbicida) glufosinato, para uso exclusivo em alimentos, rações ou produtos derivados ou processados. O pedido para importação e comercialização de trigo transgênico no País foi protocolado pela TMG junto à CTNBio em processo em 28 de março de 2019. A TMG representa a argentina de biotecnologia Bioceres, detentora do cultivar, neste processo por meio de parceria, já que a empresa passou a atuar este ano no País.

A variedade do cereal geneticamente modificado avaliada pela comissão é a HB4, aprovada para cultivo na Argentina em outubro do ano passado, país de onde os moinhos brasileiros adquirem cerca de 85% do cereal que importam. Estima-se que 55 mil hectares com o cultivar transgênico foram plantados na Argentina na safra 2021/2022, que devem produzir cerca de 200 mil toneladas de trigo e serão comercializados a partir de dezembro. A CTNBio, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é o órgão responsável no governo federal por questões relacionadas à biossegurança de organismos geneticamente modificados. A possível aprovação do trigo transgênico é rejeitada pela indústria de derivados de trigo.

Tanto a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), que representa a indústria moageira, quanto a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), e a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip) já se manifestaram contrárias ao uso do trigo geneticamente modificado e da farinha dele proveniente, e afirmam que não apoiam a comercialização do cereal transgênico no País. Representantes destas associações afirmaram recentemente que a indústria não vai adquirir cereal geneticamente modificado (GM) da Argentina, caso a comercialização no País seja liberada pela CTNBio. A Abitrigo também cogita recorrer ao Conselho Nacional de Biossegurança caso a CTNBIO aprove a comercialização do cereal OGM no país pedindo a revisão da decisão. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.