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05/Out/2021

Preços do trigo em movimentos distintos no Brasil

A liquidez nos mercados de trigo em grão e de derivados está mais aquecida no Brasil. Quanto aos preços, apresentam movimentos distintos entre as regiões. Neste caso, enquanto a maior presença de compradores em certas regiões e a retração vendedora resultaram em alta nos preços do cereal, em outras regiões, o avanço da colheita eleva a oferta e enfraquece as cotações. Além disso, a valorização do dólar segue sustentando a paridade de importação, o que, por sua vez, dificulta as compras externas e reforça o movimento de alta em algumas regiões. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), as desvalorizações do trigo em grão são de 0,9% no Rio Grande do Sul e de 0,13% em Santa Catarina. No Paraná, os preços registram alta de 0,22%.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam recuo de 1,32% em Santa Catarina e 0,99% no Paraná. Em São Paulo, a alta é de 1,06%, e no Rio Grande do Sul, de 0,99%. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, até o dia 25 de setembro, 10,5% da safra de trigo havia sido colhida no País, avanço semanal de 5%. As atividades estão ocorrendo em Goiás (96,8% da área), em Minas Gerais (92%), em São Paulo (30%), no Paraná (11%) e em Santa Catarina (0,6%). No Rio Grande do Sul, a Emater-RS, em relatório divulgado no dia 29 de setembro, indica que a produção da safra 2021 pode atingir 3,59 milhões de toneladas, alta de 24,04% frente à estimativa anterior (2,89 milhões de toneladas) e bem acima da temporada passada (2,1 milhões de toneladas).

Esse cenário é resultado da maior área destinada ao cereal, que passou de 1,08 milhão de hectares na primeira estimativa para 1,17 milhão de hectares na de setembro, e da maior produtividade, que pode somar 3.055 quilos por hectare. Se isso realmente ocorrer, o Rio Grande do Sul será o Estado responsável pela maior produção nacional de trigo nesta safra, superando o Paraná, que, por sua vez, pode produzir 3,53 milhões de toneladas em 2021, crescimento de 11% em comparação à temporada anterior, de acordo com estimativas do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Até o dia 30 de setembro, as lavouras do Paraná estavam nas fases de enchimento de grãos (49%) e de floração (37%), com apenas 9% em maturação e 5% em desenvolvimento vegetativo.

Até o dia 27 de setembro, 36% da área do Paraná havia sido colhida. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 21 dias úteis de setembro, foram importadas 447,51 mil toneladas de trigo, contra 470,53 mil toneladas em setembro/2020. Em relação ao preço de importação, a média de setembro/2021 esteve em US$ 275,60 por tonelada FOB origem, 24,7% acima da registrada no mesmo mês de 2020 (de US$ 221,00 por tonelada). Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram avanço de 3,4% nos últimos sete dias, a US$ 306,00 por tonelada. No campo, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a colheita foi iniciada no norte do país, com rendimentos, até o momento, menores que as referências históricas.

O relatório trimestral dos estoques de grãos dos Estados Unidos, divulgado no dia 30 de setembro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), indicou que os estoques totais de trigo, até 1º de setembro deste ano, estão 18% inferiores aos verificados no mesmo período de 2020, totalizando 48,45 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago, apresenta valorização de 4,4% nos últimos sete dias, a US$ 7,55 por bushel (US$ 277,51 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 5,5% no mesmo período, a US$ 7,59 por bushel (US$ 279,07 por tonelada). A alta está relacionada à possibilidade de a Rússia limitar o volume do cereal exportado, já que a seca naquele país está prejudicando as lavouras. Além disso, o volume de estoque trimestral de trigo nos Estados Unidos abaixo das expectativas também influenciou o avanço externo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.