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28/Set/2021

Tendência de maior liquidez com entrada da safra

À medida que a colheita de trigo avança, sobretudo no Paraná, e a disponibilidade do cereal aumenta, a liquidez se aquece no mercado interno. Nas próximas semanas, as atividades devem ser iniciadas também no Rio Grande do Sul, o que pode reforçar o ritmo de negócios envolvendo o produto. No geral, muitos agentes de moinhos e de indústrias de ração geralmente intensificam as aquisições nestes períodos de colheita, na tentativa de realizar negócios envolvendo maiores volumes a preços mais competitivos. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, até o dia 18 de setembro, 5,5% da safra de trigo havia sido colhida no País, avanço semanal de apenas 0,8%. As atividades estão ocorrendo em Goiás (e já somam 95,7% da área), em Minas Gerais (72%), em São Paulo (20%), no Paraná (2%) e em Santa Catarina (0,2%). Até o dia 20 de setembro, o relatório do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que 11% da área do Paraná havia sido colhida, sendo que, das lavouras no campo, 58% estavam em maturação, 29%, em frutificação, 10%, em floração e 3%, em desenvolvimento vegetativo.

Até o momento, a colheita está mais intensa na região norte-central do Paraná, a qual foi mais prejudicada por seca e geadas, e, por isso, o rendimento é baixo, de 2,3 toneladas por hectare. Contudo, as expectativas são de que a produtividade volte a superar 3 toneladas por hectare, devido às chuvas entre o final de agosto e o início deste mês. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS sinalizou que, até 23 de setembro, apenas 4% da lavoura estava em fase de maturação, prevalecendo as fases de floração (43%), enchimento de grão (39%) e desenvolvimento vegetativo (14%). As chuvas que ocorreram na segunda quinzena de setembro favoreceram a umidade do solo. Contudo, granizo prejudicaram algumas lavouras do Estado. Em Santa Catarina, a Epagri/Cepa estima que a área da safra 2021/2022 cresça expressivos 67% frente à temporada anterior e a produtividade, 15% (atingindo 3.382 quilos por hectare).

Diante disso, espera-se que a produção some 331 mil toneladas, expressivamente superior à de 2020/2021 (de 172 mil toneladas). Os preços do trigo seguem enfraquecidos. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preços pago ao produtor), as desvalorizações do trigo em grão são de 0,92% no Rio Grande do Sul e de 0,03% em Santa Catarina. No Paraná, os preços registram avanço 1,74%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam recuo de 3,08% no Rio Grande do Sul e 0,65% em Santa Catarina. No Paraná, há alta de 0,41% e, em São Paulo, de 0,38%. Ressalta-se que, apesar das recentes quedas, os valores atuais estão expressivamente acima dos registrados no mesmo período de 2020 em todos os Estados acompanhados, em termos nominais. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de setembro, as importações de trigo tiveram média diária de 22,68 mil toneladas, contra 22,40 mil toneladas no mesmo mês de 2020, leve elevação de 1,26%.

Os preços de importação registram média de US$ 276,6 por tonelada FOB origem, 25,14% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 221,00 por tonelada). Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram avanço de 1% nos últimos sete dias, a US$ 296,00 por tonelada. No campo, informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires mostram que, até o dia 23 de setembro, 50% das lavouras da Argentina estavam em condições excelentes, 27%, em normais e 23%, em situação ruim. Em relação às condições hídricas, 66,8% da área está adequada/ótima. Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta valorização de 2,1% nos últimos sete dias, a US$ 7,23 por bushel (US$ 265,93 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter acumula avanço de 0,9% no mesmo período, a US$ 7,19 por bushel (US$ 264,46 por tonelada).

A alta segue relacionada à redução da previsão da safra na Rússia, o que poderá limitar o volume exportado, e à divulgação de condições climáticas desfavoráveis nas lavouras da Austrália. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a semeadura do trigo de inverno (2021/2022) no país alcançou 21% da área prevista até o dia 19 de setembro, acima do mesmo período da temporada anterior (19%) e da média de 18% dos últimos cinco anos (2016-2020). Do total, 3% da área já emergiu, principalmente nos estados de Washington e Colorado, onde as atividades agrícolas estão mais adiantadas. Até o dia 16 de setembro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 7,71 milhões de toneladas, volume 10,9% inferior ao escoado no mesmo período de 2020. Na semana do dia 16 de setembro, especificamente, foram exportadas 563,39 mil toneladas, quantidade menor que a da semana anterior (567,43 mil toneladas), mas 12% acima da registrada em período equivalente de 2020 (de 503,03 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram México, Filipinas e Japão. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.