27/Set/2021

A comercialização de trigo avançou ao longo da última semana no mercado interno. No Paraná, há registro de negócios no spot com a entrada da nova safra. Os preços, por sua vez, estão recuando em meio à colheita dos primeiros lotes na região norte do Paraná (Maringá e Londrina). No Paraná, na região dos Campos Gerais, há interesse de moinhos e indústrias de ração para aquisições de lotes no spot. O mercado está mais movimentado, mas há desacordo sobre preços entre os agentes.

Os produtores indicam R$ 1.600,00 por tonelada FOB, para retirada imediata, enquanto os compradores indicam R$ 1.500,00 por tonelada, nas mesmas condições. Com concessão de ambas as partes, há registro de negócios entre R$ 1.550,00 e R$ 1.570,00 por tonelada FOB no norte do Estado, para entrega imediata e pagamento em 30 dias com destino à moagem, queda de R$ 30,00 e R$ 50,00 por tonelada ante a semana anterior. Os produtores estão colhendo cereal e vendendo, pois existe demanda.

As indústrias de ração também estão ativas buscando o cereal. Contudo, as propostas não atraem os produtores. As granjas indicam o mesmo valor para trigo, R$ 1.500,00 por tonelada, abaixo do preço pago pelo moinho. Os moinhos do Paraná também têm efetuado contratos para entrega futura com trigo do Rio Grande do Sul, com negócios em torno de R$ 1.400,00 por tonelada, para retirada em outubro ou novembro na região da Serra Gaúcha. O cereal chega no moinho a R$ 1.530,00 por tonelada com acréscimo de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

No Rio Grande do Sul, a negociação de trigo remanescente da safra 2020/2021 patina com agentes aguardando a entrada da safra nova. Ainda há aproximadamente 65 mil toneladas de cereal da temporada velha disponível para negociação. A colheita no Estado deve começar em cerca de 30 dias. Os moinhos estão abastecidos para este período com estoques cobertos. Saem volumes pequenos e poucos lotes são negociados.

A indústria compra eventualmente quando surge alguma oportunidade. A indicação de compra apresenta recuo de cerca de R$ 50,00 por tonelada, para R$ 1.450,00 por tonelada, para retirada imediata no interior e R$ 1.500,00 por tonelada posta em moinho da Região Metropolitana de Porto Alegre. As indústrias de ração estão ausentes do mercado de trigo. Diante do volume importado do milho e da isenção do PIS/Cofins para importação, as granjas vão aguardar a colheita para ver como ficarão os preços. Já a comercialização antecipada está aquecida no Estado.

Há registro de negócios para entrega em novembro e dezembro, sendo a maior parte para exportação. Os lotes giram a R$ 1.400,00 por tonelada FOB, para retirada em novembro e a R$ 1.500,00 por tonelada posto no Porto de Rio Grande, ambos para exportação. A indústria moageira local adquiriu volumes a R$ 1.400,00 por tonelada, para retirada no interior do Estado em novembro. Aproximadamente 400 mil toneladas da safra nova já foram vendidas antecipadamente, volume equivalente entre 13% e 14% da produção estadual, considerando colheita de 3,0 milhões de toneladas a 3,3 milhões de toneladas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.