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22/Set/2021

Tendência baixista do trigo com início da colheita

A colheita de trigo tem avançado em todas as regiões do Brasil e começa a ganhar ritmo na Região Sul, responsável pela maior parte da oferta interna do cereal. A expectativa de maior oferta, por sua vez, afasta os compradores do spot nacional, que, agora, acreditam em quedas nos preços de comercialização. Esses demandantes também se atentam ao fato de alguns produtores terem necessidade de “fazer caixa”, diante da proximidade dos vencimentos de custeio. Quanto aos derivados, a movimentação está maior apenas para o farelo. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, até o dia 11 de setembro, 4,7% da safra de trigo havia sido colhida no País, atraso em comparação ao mesmo período da safra passada (10,9%). As atividades estão ocorrendo em Goiás (e já somam 85% da área), em Minas Gerais (67%), em São Paulo (20%), no Paraná (1%) e em Santa Catarina (0,1%).

O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que, até o dia 11 de setembro, 2% da área do Paraná havia sido colhida, sendo que, das lavouras no campo, 40% estavam em maturação, 38%, em frutificação, 15%, em floração e 7%, em desenvolvimento vegetativo. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS sinaliza que apenas 1% da lavoura estava em fase de maturação, prevalecendo as fases de enchimento de grão (37%), de floração (39%) e de desenvolvimento vegetativo (23%). Quanto aos preços, seguem em queda, mesmo que não de forma expressiva. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), as desvalorizações do trigo em grão são de 0,34% no Paraná e de apenas 0,01% no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, os preços registram avanço de 0,67%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam recuo de 1,27% no Paraná, 1,2% no Rio Grande do Sul, 0,32% em Santa Catarina e 0,08% em São Paulo.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de setembro, as importações de trigo tiveram média diária de 21,29 mil toneladas, contra 22,40 mil toneladas no mesmo mês de 2020, redução de 4,9%. Os preços de importação registram média de US$ 273,30 por tonelada FOB origem, 23,7% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 221,00 por tonelada). Tomando-se como base dados da Conab, de 6 a 10 de setembro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 307,89 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,23, o cereal importado era negociado a R$ 1.610,70 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.639,23 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 288,61 por tonelada, o equivalente a R$ 1.509,81 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.509,11 por tonelada na média do Rio Grande do Sul.

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram avanço de 1% nos últimos sete dias, a US$ 293,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Dezembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta valorização de 2,9% nos últimos sete dias, a US$ 7,08 por bushel (US$ 260,42 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter acumula alta de 4,5% no mesmo período, a US$ 7,13 por bushel (US$ 261,98 por tonelada). A alta está relacionada à valorização do milho, substituto em ração animal e, principalmente, à redução da previsão da safra no Canadá e na Rússia. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 9 de setembro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 7,06 milhões de toneladas, volume 13,4% inferior ao escoado no mesmo período do ano passado.

Na semana do dia 9 de setembro, especificamente, foram exportadas 547,94 mil toneladas, quantidade maior que a da semana anterior (412,64 mil toneladas), mas 21,06% abaixo da registrada em período equivalente de 2020 (de 694,15 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram México, Filipinas e China. No campo, informações divulgadas pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires mostram que, até o dia 16 de setembro, 49% das lavouras da Argentina estavam em condições excelentes, 29%, em normais e 22%, em situação ruim, melhora em comparação com a semana anterior. Nos Estados Unidos, o USDA indicou que a semeadura do trigo de inverno (2021/2022) alcançou 12% da área prevista até o dia 12 de setembro, acima do mesmo período da temporada anterior (9%) e da média de 8% dos últimos cinco anos (2016-2020). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.