22/Set/2021

Segundo avaliam executivos do setor e dirigentes de grandes empresas, a cadeia do trigo precisa estar cada vez mais atenta a questões como mudanças de consumo e à sustentabilidade relacionada aos seus produtos. O futuro do negócio trigo, incluindo as práticas de ESG (governança ambiental, social e corporativa). A questão da sustentabilidade vai ser cada vez mais cobrada não somente pelos consumidores, mas pela sociedade. Essa mudança veio para ficar e mudança de consumo é mandatória. O Moinho Cruzeiro do Sul também citou o ESG como uma preocupação de longo prazo da indústria moageira e avaliou que a questão ainda é bastante incipiente no setor.

É uma política que exige investimento inicial de caixa sem retorno imediato, mas o mercado vai reconhecer isso no longo prazo e talvez tirar de cena indústrias que não estejam adequadas a essas práticas. No longo prazo, será o consumidor que irá "punir" a indústria que não olha para o ESG. O consumidor não quer somente farinha para bolo. Ele quer saber a origem da farinha, onde foi produzido o trigo da farinha, em que área foi plantada e como o trio foi processado. Contudo, apesar de os impactos serem percebidos no longo prazo, é preciso que as empresas se preparem estabelecendo metas de curto e médio prazo. É importante não perder de vista o longo prazo, porque a indústria será cobrada.

A queda da rentabilidade não pode ser impasse para o investimento em temas que atendam às mudanças de consumo em inovação. Se matéria-prima subiu muito e não é possível repassar para o preço, tem de se buscar alternativas para agregar valor ao produto. É preciso fazer lição de casa com revisão contínua de custos. A Nielsen destacou que outra mudança presente nos hábitos de consumo é a saudabilidade. A saudabilidade é uma tendência que se intensificou com a pandemia de Covid-19. A pesquisa indica que 84% dos brasileiros introduziram pelo menos um hábito saudável na sua rotina. Na cadeia de derivados de trigo e de farinha, a tendência é observada com a maior busca por produtos integrais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.