13/Set/2021

A expectativa com a entrada da safra nacional de trigo, que começa a ser colhida no Paraná, trava a comercialização no spot. Os produtores se voltam para a retirada do cereal e para o desenvolvimento final das lavouras, enquanto os moinhos aguardam os lotes novos a fim de fechar contratos com preços mais atrativos. Apenas negócios pontuais e de volume pouco expressivo foram registrados nas principais praças produtoras. No Paraná, os moinhos indicam R$ 1.600,00 por tonelada posta em Ponta Grossa, para entrega em setembro e pagamento no começo de outubro. Para lotes com entrega em outubro e pagamento em novembro, a indicação é de R$ 1.500,00 por tonelada nas mesmas condições.

Os valores se mantêm nesta semana em relação à semana anterior. A indicação de produtores é de R$ 1.650,00 por tonelada FOB para setembro; R$ 1.500,00 por tonelada FOB para outubro; e R$ 1.550,00 por tonelada CIF no moinho em outubro. O trigo do Rio Grande do Sul chega ao Paraná entre R$ 1.620,00 e R$ 1.650,00 por tonelada, de contratos feitos nas duas últimas semanas. Observa-se dificuldades por parte do comprador para cotação de frete, em virtude das manifestações de caminhoneiros, o que contribuiu para limitar a comercialização. Deve começar a rodar alguma carga a partir desta segunda-feira (13/09), se a situação do frete se regularizar.

Os compradores estão reticentes mesmo com as transportadoras relatando regularidade nas operações. No Paraná, na região norte, os preços de balcão para safra nova oscilam de R$ 85,00 por saca de 60 Kg (cerca de R$ 1.416,00 por tonelada) a R$ 87,00 por saca de 60 Kg (R$ 1.450,00 por tonelada). Há relatos de negócios a R$ 90,00 por saca de 60 Kg. Isso tem feito com que o produtor tenha vendido um pouco deste trigo para conseguir honrar os compromissos em virtude da quebra do milho 2ª safra de 2021. Estes produtores seguram o milho disponível e se desfazem do trigo na expectativa de alta nos preços do milho. Mas, vendem aos poucos.

No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, os preços no spot se mantêm estáveis. A indústria moageira indica R$ 1.530,00 por tonelada colocada em moinho, para entrega imediata. As negociações estão paradas com moinhos aguardando a safra nova. Para o trigo que será colhido, não há referência de preço e nem interesse de venda por parte do produtor. Há registro de negócios pontuais a R$ 1.500,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e R$ 1.470,00 por tonelada FOB, para retirada em outubro ou novembro. O mercado ficou esvaziado com o feriado prolongado de 7 de setembro.

A expectativa, contudo, é de arrefecimento nas cotações internas do cereal à medida que a safra comece a ser colhida. Mas, segundo o Itaú BBA, a pressão deve ser momentânea. As cotações em níveis praticados há dois anos, próximas de R$ 50,00 por saca de 60 Kg, parecem estar distantes, em função dos preços internacionais, do câmbio doméstico e da boa capitalização por parte dos produtores, que poderão disponibilizar trigo num ritmo menos intenso do que o praticado anteriormente. A venda mais cadenciada dos produtores é atribuída à necessidade de cobrir o aumento de custos e manter as margens que o setor não via há alguns anos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.