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31/Ago/2021

Tendência de baixa do trigo com colheita próxima

No encerramento de agosto, mesmo diante da baixa disponibilidade de trigo em grão e da aquecida demanda por farelo, os preços internos do cereal estão em queda. A pressão sobre os valores vem da proximidade do início da colheita da próxima safra no País (as atividades devem começar em setembro). Assim, agentes de moinhos, agora, aguardam a entrada do trigo da nova safra no spot nacional para voltar a realizar negócios envolvendo maiores volumes. Além disso, mesmo com as geadas e o déficit hídrico nas lavouras, a produção desta safra pode ser recorde, o que gera expectativas de menores preços. Outro fator que também influencia o enfraquecimento das cotações internas é a desvalorização do dólar frente ao Real, tendo em vista que esse cenário torna o cereal importado mais atrativo. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), o preço do trigo em grão apresenta estabilidade no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas recuo de 2,72% no Paraná.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores registram baixa de 0,93% em Santa Catarina, 0,81% no Paraná e 0,15% em São Paulo. No Rio Grande do Sul, há leve avanço de 0,13%. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que a estimativa de produção do Paraná foi reduzida para 3,72 milhões de toneladas, em decorrência das geadas e da seca. Contudo, ainda representa uma elevação de 17% sobre a safra anterior, quando a produção foi de 3,19 milhões de toneladas. Chuvas previstas para o fim deste mês podem beneficiar lavouras e favorecer a produtividade. Até o dia 23 de agosto, 58% das lavouras de trigo do Paraná estavam em boas condições, 30%, em médias, e 12%, em ruins, piora em comparação à semana anterior. Do total, 39% estão em frutificação, 35%, em floração, 24%, em desenvolvimento vegetativo, e 2%, em maturação.

No Rio Grande do Sul, informações da Emater-RS mostram que, até o dia 26 de agosto, 77% das lavouras estavam em germinação/desenvolvimento vegetativo, 20%, em floração, e 3% estavam em enchimento de grãos. No geral, as chuvas da segunda quinzena do mês beneficiaram as lavouras, mas o desenvolvimento é lento nas áreas mais secas, e a previsão é de volume abaixo de 10 mm na maior parte do Estado até o fim de agosto. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, as condições das lavouras argentinas seguem piorando, em função da falta de chuvas. Apenas 48,4% da área apresenta condições hídricas adequadas, queda de 7,9% em comparação com a semana passada. Até o dia 26 deste mês, 40% das lavouras da Argentina estavam em condições normais, 32%, em excelentes, e 28%, em ruins.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a colheita do trigo de primavera no país, até o dia 22 de agosto, havia atingido 77% da área, acima da temporada passada (46%) e da média de 55% dos últimos cinco anos. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de agosto, as importações de trigo tiveram média diária de 26,66 mil toneladas, contra 28,34 mil toneladas no mesmo mês de 2020, redução de 5,9%. Os preços de importação registram média de US$ 280,30 por tonelada FOB origem, 24,8% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 224,50 por tonelada). Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 290,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra avanço de 0,6% nos últimos sete dias, a US$ 7,18 por bushel (US$ 264,00 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta alta de 1,5%, a US$ 7,12 por bushel (US$ 261,71 por tonelada). A alta é influenciada pela preocupação com a oferta global. De acordo com o USDA, até o dia 19 de agosto, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 5,66 milhões de toneladas, volume 9,13% inferior ao escoado no mesmo período do ano passado. Na semana do dia 19 de agosto, especificamente, foram exportadas 657,85 mil toneladas, quantidade maior que a da semana anterior (560,64 mil toneladas) e 15,49% acima da registrada em período equivalente de 2020 (de 569,59 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos foram China (168,41 mil toneladas), Filipinas (118,15 mil toneladas) e Coreia do Sul (81,40 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.