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30/Ago/2021

Preços do trigo recuam com proximidade da safra

O mercado interno de trigo está mais lento nos últimos dias. Com a proximidade da colheita da safra nova, a indústria moageira adquire apenas lotes pontuais para abastecimento imediato. A retirada do cereal do campo começa em meados de setembro pelo Paraná. A retração dos moinhos pressiona os preços. As perspectivas de uma colheita nacional acima da temporada passada também contribuem para a queda das cotações e a cautela da indústria. No Paraná, o valor pago pelos moinhos registra queda de R$ 50,00 por tonelada nos últimos sete dias, enquanto no Rio Grande do Sul a queda é de R$ 40,00 por tonelada, em média. No Paraná, na região dos Campos Gerais, a comercialização de trigo está praticamente parada. Os moinhos testam preços mais baixos, mas não obtêm sucesso. Depois que o dólar cedeu, o mercado recuou também. Além disso, como a colheita ainda não começou, há pouco cereal guardado nos silos.

As indicações de compra giram em torno de R$ 1.650,00 por tonelada colocada em moinho em Ponta Grossa, mas os produtores indicam entre R$ 1.700,00 e R$ 1.720,00 por tonelada no FOB, para retirada imediata e pagamento entre 30 e 40 dias. Houve negócios entre R$ 1.700,00 e R$ 1.720,00 por tonelada, mas depois que o dólar caiu o mercado também cedeu. Nos próximos dias, as chuvas devem ser constantes nas regiões produtoras, o que vai beneficiar as lavouras. Mesmo assim, a safra do Paraná pode atrasar, por causa das geadas que atingiram a região em julho e agosto. Assim, vai ter um pouco de trigo em setembro, o forte virá só em outubro e novembro. Em relação aos preços para o trigo ainda a ser colhido, os compradores indicam R$ 1.450,00 por tonelada CIF Ponta Grossa, para entrega em outubro e pagamento em novembro, mas por causa da geada e da perspectiva de perda de parte da safra, os vendedores indicam R$ 1.500,00 por tonelada FOB, para retirada em outubro e pagamento em novembro.

Os preços se mantêm estáveis nos últimos sete dias, mas subiram bem em comparação com 3 meses atrás, quando a cotação estava entre R$ 1.100,00 e R$ 1.200,00 por tonelada. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) reforça a expectativa quanto à chuva prevista para os últimos dias deste mês. As precipitações poderiam favorecer, em maior ou menor escala, as lavouras que estão em enchimento de grãos, espigas emitidas e desenvolvimento vegetativo. Dependendo do volume pluviométrico da frente fria, muitas lavouras no Estado ainda podem ter produtividades cheias, ou mesmo surpreender produzindo mais que o esperado inicialmente. Atualmente, 58% da área estadual se mantêm em condições boas. A combinação de estiagem e geadas já reduziu em 7% o potencial produtivo do Paraná, que espera colher 3,7 milhões de toneladas, ainda acima da safra anterior.

No Rio Grande do Sul, a moagem continua abaixo do reportado em igual período de anos anteriores. As fábricas com necessidade de abastecimento para cumprir vendas pontuais adquirem volumes entre 300 e 400 toneladas. A maioria dos moinhos vai esperar a safra nova. O clima voltou a ser positivo, fazendo com que as fábricas postergassem os negócios. No Rio Grande do Sul, a colheita inicia em meados de outubro. Afastados dos negócios, os valores indicados por moinhos registram queda pela terceira semana seguida. A indicação é de R$ 1.510,00 por tonelada FOB, em média, para retirada imediata e pagamento entre 30 e 45 dias, ante entre R$ 1.540,00 e R$ 1.550,00 por tonelada vistos na semana anterior. Por outro lado, há baixo volume de trigo remanescente da safra anterior disponível no mercado, em torno de 100 mil toneladas de estoque de passagem da temporada 2020. Os produtores indicam R$ 1.550,00 por tonelada nas mesmas condições. Para as vendas antecipadas da safra nova, a indústria moageira indica R$ 1.400,00 por tonelada FOB interior, para retirada em outubro.

A indústria de ração indica R$ 1.350,00 por tonelada, nos mesmos prazos e os exportadores indicam R$ 1.300,00 por tonelada. Esse interesse de compra, contudo, é restrito a regiões que têm bom desenvolvimento das lavouras. Com a retomada das chuvas, espera-se que os negócios de trigo futuro fiquem mais aquecidos a partir desta semana. As plantações no Estado estavam reportando baixa umidade do solo e decorrente perda de potencial produtivo. As chuvas registradas no Rio Grande do Sul na semana passada beneficiaram todas as lavouras tritícolas do Estado. As precipitações variaram entre 40 milímetros e 100 milímetros. Foi um volume suficiente para retomada de crescimento. Foram excelentes para manutenção da lavoura e espantaram as perdas de potencial de produtividade. Pode haver alguma área que não consiga recuperar completamente o rendimento inicialmente esperado, mas tendem a ser casos pontuais sem reflexo na produção total do Estado. As condições ainda apontam para uma safra de 3 milhões de toneladas. Sem a seca, poderia ser um potencial maior, mas não houve perdas de produção. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.