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24/Ago/2021

Tendência é de alta do trigo com o com clima seco

Após as geadas no encerramento de julho, agora, é a falta de chuva e o clima quente que preocupam agentes do setor de trigo. Com exceção de parte do Rio Grande do Sul, o clima está bastante seco neste momento em que muitas lavouras estão nas fases de desenvolvimento e de floração. Esse cenário atrelado à elevação da paridade de importação e à boa demanda, especialmente por parte do setor de ração animal, mantêm em alta os preços domésticos do trigo. No Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que, até o dia 16 de agosto, 61% das lavouras de trigo estavam em boas condições, 27%, em médias e 12%, em ruins, piora em comparação à semana anterior. Do total, 47% estão em floração, 34%, em desenvolvimento vegetativo e 19%, em frutificação. No Rio Grande do Sul, informações da Emater-RS mostram que 89% das lavouras estavam em germinação/desenvolvimento vegetativo, 10%, em floração e 1% estava em enchimento de grãos. As chuvas que ocorreram especialmente na parte sul do Estado, mesmo que em baixa intensidade, tendem a favorecer o desenvolvimento das lavouras.

Em Santa Catarina, segundo dados da Epagri/Cepa, a semeadura do cereal no estado foi finalizada em julho. As lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e apresentam boas condições, mas agentes estão preocupados com o baixo volume de chuvas até o momento. Na Argentina, principal origem do trigo importado, informações divulgadas pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontam que, até o dia 19 de agosto, houve certa piora nas condições das lavouras, devido ao déficit hídrico. Até a semana passada, 39% das lavouras estavam em condições normais, 37%, em excelentes e 24%, em situação ruim. O Departamento de Agricultura dos estados Unidos (USDA) indicou que a colheita do trigo de inverno no país foi finalizada. Para o trigo de primavera, até 15 de agosto, as condições das lavouras seguem piorando, com 63% entre ruins e muito ruins, 26% em médias e apenas 11% da área entre condições boas e excelentes. Além disso, a colheita atingiu 58%, acima da média de 36% dos últimos cinco anos.

No mercado interno, nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), o preço do trigo em grão registra alta de 1,61% no Paraná e 0,92% no Rio Grande do Sul, com estabilidade em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores apresentam alta de 4,2% em São Paulo, 1,41% em Santa Catarina, 0,78% no Paraná e 0,61% no Rio Grande do Sul. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de agosto, as importações de trigo tiveram média diária de 29,13 mil toneladas, contra 28,34 mil toneladas no mesmo mês de 2020, elevação de 2,79%. Os preços de importação registram média de US$ 281,00 por tonelada FOB origem, 25,2% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 224,50 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 9 a 13 de agosto, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 305,35 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,23, o cereal importado era negociado a R$ 1.598,83 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.635,32 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 286,21 por tonelada, o equivalente a R$ 1.498,60 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.529,92 por tonelada na média do Estado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 1,4% nos últimos sete dias, a US$ 290,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago, registra recuo de 6,3% nos últimos sete dias, a US$ 7,14 por bushel (US$ 262,44 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta queda de 5,4%, a US$ 7,02 por bushel (US$ 257,94 por tonelada). A queda foi influenciada pela desvalorização do milho, substituto em ração animal, e por preocupações com uma possível desaceleração econômica. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.