24/Ago/2021
Segundo o Itaú BBA, os preços do trigo no mercado interno tendem a recuar nos últimos dois meses do ano, período em que se concentra a colheita da safra brasileira, diante da perspectiva de aumento na oferta. Mesmo com o aumento da demanda, a recuperação da oferta doméstica do trigo deve aliviar a relação entre estoque e consumo, que vem de dois anos (2019 e 2020) muito apertados. A perspectiva é de crescimento de 37,6% na safra nacional e de 3,4% na demanda interna pelo produto. O banco considera a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de produção de 8,6 milhões de toneladas para esta temporada.
Além dessa produção recorde, a Argentina também deve alcançar uma das maiores safras já colhidas, podendo fornecer volumes expressivos num período concentrado entre o final do ano e o início do próximo. Contudo, mesmo com o recuo das cotações, o cereal não voltará aos patamares vistos há dois anos. Câmbio e preço de fretes internos e marítimos também podem elevar o custo de paridade interno do cereal. Quanto à demanda doméstica por trigo, a procura tanto pela indústria moageira quanto pela de ração deve manter o mercado aquecido.
A expectativa é de crescimento no consumo com o avanço da vacinação no País e com o maior uso do trigo em substituição ao milho na alimentação animal. Essa maior demanda como substituto na ração poderá diminuir o spread (diferença) entre os preços de trigo de qualidade regular (tipo ração) e o trigo de alta qualidade (tipo pão). Para os moinhos, o cenário vai continuar desafiador já que o incremento dos custos de aquisição da matéria-prima pressiona as margens de rentabilidade das fábricas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.