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16/Ago/2021

Preços do trigo firmes e comercialização é pontual

A comercialização de trigo no mercado interno se arrastou ao longo da última semana. Negócios pontuais foram reportados, a preços firmes. No Paraná, maior produtor nacional do cereal, tanto moinhos quanto produtores estão aguardando a entrada da nova safra para voltar à mesa de negócios. O Estado começa a colher por volta de 10 de setembro. Na região metropolitana de Curitiba, apenas moinhos com necessidade de abastecimento imediato adquirem lotes. A comercialização segue lenta, com os compradores aguardando o início da colheita da safra nova, que deve iniciar dentro de 30 dias. Os compradores indicam no máximo R$ 1.700,00 por tonelada CIF Curitiba, para entrega imediata. Os produtores indicam R$ 1.700,00 por tonelada no FOB, o que representa um custo adicional de R$ 60,00 a R$ 80,00 por tonelada de frete para o comprador. Para a safra nova, não há interesse de venda de novos lotes por parte do produtor, que espera manutenção dos preços atuais. A proximidade da colheita, que ainda poderá ter problemas na produção, também afasta o vendedor do fechamento de novos contratos.

A Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) considera que deve haver possíveis perdas de produtividade na safra de trigo do Estado. As geadas mais recentes, ocorridas no começo de agosto, foram fortes e afetaram parte das lavouras de trigo do Estado. Haverá perdas especialmente em áreas mais adiantadas que estavam em fase de emborrachamento no norte e no oeste. Ainda não é possível mensurar a totalidade das perdas em todas as regiões produtoras do Estado, o que será possível calcular até o fim deste mês. Contudo, a produção total deve ficar um pouco acima de 3 milhões de toneladas, ante previsão de 3,9 milhões de toneladas do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). O tamanho ainda é incerto, mas haverá quebra com certeza. Atualmente, 10% das áreas plantadas com cereal no Paraná estão em condição ruim, 28% em situação média e 62% em condição boa. Apesar dos relatos cada vez mais frequentes sobre efeitos de geada, ainda é difícil dimensionar as perdas de produtividade. Está claro que a produção será prejudicada em virtude dos danos encontrados, como branqueamento de espigas ou formação incompleta dos cachos. Os danos serão mais aparentes quando as plantas entrarem em frutificação com enchimento de grãos, estágio que deve ser atingido na última semana do mês.

No Rio Grande do Sul, as cotações de trigo no spot estão torno de R$ 1.530,00 por tonelada FOB e R$ 1.560,00 por tonelada de trigo tipo pão, colocada no moinho na região da Grande Porto Alegre, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. Há registro de negócios pontuais de trigo melhorador a R$ 1.535,00 por tonelada FOB, nos mesmos prazos. Nos últimos dias, os preços se mantêm estáveis, mas nos últimos 10 dias, especificamente, a alta é de R$ 10,00 por tonelada. Muitas agroindústrias e granjas que não estavam conseguindo comprar milho passaram a recorrer ao trigo para fazer ração ou alimentar seus plantéis. Entretanto, também no caso do trigo, o produtor prefere segurar o cereal na expectativa de preços mais altos, em função da falta de chuva e das geadas que afetaram as lavouras ainda no campo. O desenvolvimento do trigo pode ser afetado e produtor está apostando em novas altas. Segundo a Emater-RS, a maior parte das lavouras de trigo no Rio Grande do Sul está em germinação e desenvolvimento vegetativo (94%). Outros 6% da área implantada estão em floração. A umidade dos solos está abaixo da ideal para o bom desenvolvimento do trigo e dificulta a realização de tratos culturais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.