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10/Ago/2021

Tendência de alta do trigo com demanda aquecida

O cenário de perdas na oferta de milho no mercado brasileiro tem elevado a demanda por derivados de trigo, substituto do cereal na ração. Nos últimos sete dias, as valorizações no mercado de balcão (preço ao produtor) são de 2,67% no Rio Grande do Sul, de 2,03% no Paraná e de 0,27% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços registram avanço de 2,96% no Paraná, 2,71% em Santa Catarina, 1,36% em São Paulo e 0,99% no Rio Grande do Sul. A valorização do dólar também sustenta os valores no Brasil (a moeda norte-americana fechou a R$ 5,24 no dia 6 de agosto). No Paraná, as baixas temperaturas do fim de julho prejudicaram parte das lavouras de trigo. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que, até o dia 2 de agosto, 64% das lavouras do cereal estavam em boas condições, 28%, em médias, e 8%, em situação ruim, piora causada pelas geadas no fim do último mês.

Do total, 58% estão em desenvolvimento vegetativo, 40%, em floração, e 2% estão em frutificação. No Rio Grande do Sul, informações da Emater-RS demonstram que 96% das lavouras estão em germinação/desenvolvimento vegetativo, e 4%, em floração. Com a maior parte ainda em fase inicial de desenvolvimento, as baixas temperaturas não prejudicaram a maioria das lavouras do Estado. Quanto à Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires relata que a semeadura do trigo havia atingido 99,7% da área até o dia 4 de agosto, com 48% das lavouras em excelentes condições, 43%, em normais, e 9%, em ruins. A piora das condições foi causada pela falta de precipitação. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 1º de agosto, 91% da área total do trigo de inverno no país havia sido colhida, com ritmo acelerado, acima do mesmo período da temporada passada (84%) e da média dos últimos cinco anos (86%).

Para o trigo de primavera, as condições das lavouras apresentaram leve melhora, com 64% entre ruins e muito ruins, 26%, em médias, e 10% da área estão boas e excelentes. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) aponta que, em julho/2021, as importações de farinhas totalizaram 29,43 mil toneladas, redução de 5,3% em relação ao mês anterior, porém, 43% a mais que em julho/2020. As exportações das farinhas somaram 5,94 mil toneladas em julho/2021, alta de 8,7% frente às de junho/2021 (5,46 mil toneladas) e 30,5% maiores que as de julho/2020 (4,55 mil toneladas). Quanto ao cereal, dados mostram que o Brasil importou 534,83 mil toneladas de trigo em julho/2021, redução de 1,1% em relação ao mês anterior, contudo, alta de 5,0% frente a julho/2020. Do total importado pelo Brasil, 82,64% vieram da Argentina, 9,63%, do Uruguai, e 7,73%, do Paraguai. Os preços de importação registraram média de US$ 273,96 por tonelada FOB origem, 1,9% acima dos preços de junho/2021 e 22,2% superiores aos de julho/2020 (US$ 224,27 por tonelada).

Ao se considerar o dólar médio de R$ 5,16 em julho/2021, o custo médio da importação no mês passado foi de R$ 1.414,44 por tonelada FOB, 19,4% a mais que em julho/2020. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 1,4% nos últimos sete dias, a US$ 283,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta alta de 2,2% nos últimos sete dias, a US$ 7,19 por bushel (US$ 264,19 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 4,8% no mesmo período, a US$ 7,05 por bushel (US$ 259,32 por tonelada). A alta está relacionada à piora do clima em regiões produtoras mundiais e, consequentemente, à queda nas estimativas de produção. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.