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10/Ago/2021

Demanda de derivados de trigo deve se normalizar

Após um 2020 atípico, com demanda robusta e um primeiro trimestre fraco, a M. Dias Branco vê um cenário de normalização no consumo de biscoitos e massas, próximo do observado antes da pandemia de Covid-19. O volume vendido pela empresa vem crescendo desde março e foi 26,3% maior no período de abril a junho ante janeiro a março. É um patamar de volume um pouco mais normal, estável ante o segundo trimestre de 2019. A previsão é de continuidade dessa retomada de volumes, mas tende a não voltar para o nível da pandemia. A M. Dias Branco é líder nacional em participação de mercado em massas e biscoitos e comercializou 450,2 mil toneladas no segundo trimestre deste ano. O aumento sustentado do volume de vendas da empresa estará baseado em dois fatores: na expansão da companhia para as Regiões Sul e Sudeste e na retomada econômica.

No caso das Regiões Sul e Sudeste, os investimentos da empresa em marketing e aumento de distribuição estão dando resultado. As vendas nessas regiões estão melhorando com um mix de produtos de maior valor agregado. Em relação aos fatores econômicos, há expectativa quanto ao lançamento de um novo "Bolsa Família" pelo governo federal com aumento no valor do benefício que possa alavancar as vendas da empresa na Região Nordeste. A M. Dias responde por 57,4% das massas comercializadas na Região Nordeste e tem participação de 54,4% em biscoitos, com base na média de maio e junho. O aumento do novo Bolsa Família deve contribuir com as vendas da empresa que tem presença muito grande na região. Ainda em relação à demanda doméstica, a empresa não observa migração de consumo de produtos de maior valor agregado para itens de preço médio menor. Este movimento é comum quando há crise econômica e redução do poder de compra das famílias.

Em relação às exportações, apesar da queda de 46% na receita líquida com vendas externas no segundo trimestre deste ano ante igual período do ano passado, a empresa também diz observar normalização no consumo externo. A comparação anual entre os trimestres é prejudicada em virtude das vendas fortes de produtos para programas de ajuda humanitária no auge da pandemia no ano passado. Agora, a empresa vê retomada das vendas gradualmente mês a mês. No momento, a companhia está iniciando operação de vendas para Chile e Uruguai e espera entrar em novos mercados até o fim deste ano com marcas próprias e parcerias locais. A M. Dias Branco não descarta lançar mão de novos reajustes de preços em seus produtos este ano. Desde o segundo trimestre do ano passado, a empresa elevou o preço médio dos produtos em 25%. Ainda há uma diferença de repasse de custos de matéria-prima, em virtude da pressão das commodities.

Deve haver reajustes escalonados até o fim do ano para não refletir no volume de vendas e para recompor a margem. O aumento do frete marítimo foi outro fator que pesou sobre os custos, já que reflete no custo de aquisição das commodities importadas como trigo e óleo de palma. A quantidade e o tamanho dos novos aumentos vão depender do patamar de preços das commodities. A empresa não tem intenção de fazer aumento de preço caso não haja novo incremento no preço das commodities em dólar. A companhia calcula que houve aumento de 14% no preço médio por tonelada das commodities utilizadas na produção dos alimentos na comparação do segundo trimestre deste ano com igual período do ano passado. Até o fim do ano, trigo, óleo de soja, açúcar e cacau devem continuar com preços nos patamares atuais, devendo iniciar redução a partir do primeiro trimestre de 2022. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.