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05/Ago/2021

CTNBio discute sobre liberação de trigo transgênico

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) retoma nesta quinta-feira (05/08) a discussão da liberação comercial de trigo transgênico no Brasil para consumo humano e animal. O assunto está na pauta da 243ª reunião ordinária do colegiado, que será de forma virtual e sigilosa, por envolver informações confidenciais. Não deve haver movimentação neste caso este mês. Há diligência para apresentação de novos dados pelo requerente. De acordo com a pauta da plenária, a comissão vai avaliar a comercialização do trigo geneticamente modificado para aumento de produtividade em situações e ambientes de baixa disponibilidade hídrica e resistente ao (herbicida) glufosinato, para uso exclusivo em alimentos, rações ou produtos derivados ou processados.

Na última reunião em que tratou do assunto, em 10 de junho, a CTNBio solicitou informações adicionais ao requerente do pedido, a empresa de sementes Tropical Melhoramento & Genética (TMG), para prosseguir com as análises sobre eventual liberação. Segundo o colegiado, o pedido de informações extras foi encaminhado à TMG. O pedido para importação e comercialização de trigo transgênico no País foi protocolado pela TMG junto à CTNBio em processo em 28 de março de 2019. No entanto, a variedade é da de propriedade da argentina de biotecnologia Bioceres. A TMG representa a empresa neste processo por meio de parceria, já que a Bioceres passou a atuar este ano no País. TMG e a Bioceres informaram que, por questões de confidencialidade do processo, irão aguardar a reunião da Comissão para eventual pronunciamento sobre o assunto.

A variedade do cereal geneticamente modificado avaliada pela comissão é a HB4, aprovada para cultivo na Argentina em outubro do ano passado, país de onde os moinhos brasileiros adquirem cerca de 85% do cereal que importam. Em novembro de 2020, a liberação comercial do cereal no País recebeu parecer favorável à aprovação (deferimento) das Subcomissões Setoriais Permanentes de Saúde Humana e Animal da CTNBio, e parecer pela diligência das Subcomissões Setoriais Permanentes Vegetal e Ambiental. A CTNBio, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é o órgão responsável no governo federal por questões relacionadas à biossegurança de organismos geneticamente modificados.

A possível aprovação do trigo transgênico não é bem recebida pela indústria de derivados de trigo. Tanto a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), que representa a indústria moageira, quanto a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), já se manifestaram contrárias ao uso do trigo geneticamente modificado e da farinha dele proveniente, e afirmam que não apoiam a comercialização do cereal transgênico no País. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também é contrário à importação e à comercialização do trigo transgênico no País. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.