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03/Ago/2021

Tendência de alta dos preços do trigo com geadas

As baixas temperaturas da última semana causaram perdas em parte das lavouras de trigo nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, especialmente as que estão em estágio de desenvolvimento mais avançado, quando são mais suscetíveis ao frio intenso. As condições climáticas nos próximos dois meses, pelo menos, devem ser fundamentais para se calcular a produção nacional, uma vez que a maior parte das lavouras ainda estava nas fases iniciais e/ou intermediárias de desenvolvimento. As geadas e a retração de produtores mantiveram os valores do cereal em alta nos mercados de balcão e disponível, mesmo com a desvalorização do dólar. Nos últimos sete dias, as valorizações do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) são de 2,36% em Santa Catarina, de 1,66% no Paraná e de 0,92% no Rio Grande do Sul.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços registram avanço de 1,33% em Santa Catarina, 0,51% em São Paulo, 0,38% no Paraná e 0,30% no Rio Grande do Sul. No Paraná, como consequência das geadas que ocorreram no fim do mês de julho, perdas nas lavouras e a piora das condições de outras já foram confirmadas. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que, até o dia 26 de julho, 90% das lavouras de trigo estavam em boas condições, 8%, em médias, e 2%, em situação ruim, leve piora em comparação à semana anterior. Do total, 72% estão em desenvolvimento vegetativo, 27%, em floração, e 1% está em frutificação. Além disso, como o desenvolvimento do cereal está um pouco mais adiantado (mais suscetível ao impacto do frio intenso), a baixa temperatura ainda pode prejudicar a cultura.

No Rio Grande do Sul, informações da Emater-RS demonstram que a semeadura foi finalizada, com 98% das lavouras em germinação/desenvolvimento vegetativo e 2%, em floração. Quanto à Argentina, segundo informações divulgadas pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura do trigo havia atingido 99% da área até o dia 28 de julho, com 55% das lavouras em excelentes condições, 39%, em normais, e apenas 6% em situação ruim. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina informam que, na safra de trigo 2021/2022, a área será de 6,95 milhões de hectares, alta de 3,7% em comparação à temporada anterior. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até 25 de julho, 84% da área total do trigo de inverno no país havia sido colhida, avanço semanal de 11%.

O ritmo está acima do observado no mesmo período da temporada passada (80%) e da média dos últimos cinco anos, de 81%. Para o trigo de primavera, as condições das lavouras seguem piorando devido à seca, com 66% entre condições ruins e muito ruins, 25%, em médias, e apenas 9% da área está entre condições boas e excelentes. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 279,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra alta de 2,9% nos últimos sete dias, a US$ 7,03 por bushel (US$ 258,58 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta avanço de 4,2% no mesmo período, a US$ 6,73 por bushel (US$ 247,38 por tonelada).

A alta ocorre devido a preocupações com a oferta do cereal tanto nos Estados Unidos (com a piora das lavouras norte-americanas) quanto em outros países produtores. Até o dia 26 de julho, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 3,34 milhões de toneladas, volume 19% inferior ao escoado no mesmo período do ano passado. Na semana do dia 22 de julho, especificamente, foram exportadas 477,96 mil toneladas, quantidade menor que a da semana anterior (532,89 mil toneladas), e 12,14% abaixo do registrado em período equivalente de 2020 (de 544,01 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos foram México (91,03 mil toneladas), China (63,91 mil toneladas) e Filipinas (57,20 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.