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02/Ago/2021

Preços do trigo firmes com as geadas e incertezas

A perspectiva de perdas na safra nacional de trigo, em virtude das geadas que atingiram as lavouras das regiões Sul e Sudeste, afastou os produtores da mesa de negócios. Ao longo da última semana, a comercialização do cereal ficou praticamente travada, sem relatos de novos negócios nas principais praças produtoras. A retração dos vendedores deve-se à expectativa de que eventuais quebras na produção decorrentes da geada possam elevar os preços do cereal. No Paraná, 28% da área plantada encontra-se em estágio suscetível a danos, enquanto no Rio Grande do Sul a área em risco é de 2% das lavouras semeadas. No Paraná, o receio com o clima e a baixa oferta de lotes remanescentes da safra anterior puxaram as cotações do cereal. No norte do Paraná, a indicação de compra passou de R$ 1.600 por tonelada FOB com retirada imediata e pagamento em 30 dias para R$ 1.650 por tonelada nos mesmos prazos. No CIF, indústria moageira oferece R$ 1.680 por tonelada posta em moinho do norte, ante R$ 1.650 por tonelada nas mesmas condições propostas na semana anterior.

A pedida do produtor também subiu, passando de R$ 1.650 por tonelada para R$ 1.700 por tonelada no FOB. Com a pressão do clima, o vendedor se afastou dos negócios. Para a safra nova, que entra no mercado a partir de setembro, indústria de ração mantém oferta de R$ 1.400 por tonelada no FOB interior do Paraná para retirada em outubro e pagamento em novembro. Por parte do produtor, não há sequer referência de preço. Há relatos de perdas no oeste.O vendedor primeiro vai aguardar para ver o tamanho dos danos e depois vender antecipadamente. No Rio Grande do Sul, apesar das geadas implicarem em efeitos apenas pontuais no Estado, os vendedores optam por segurar os lotes remanescentes da safra 2020 diante das possíveis quebras no Paraná e no Paraguai, de onde moinhos originam parte do cereal externo. Tanto comprador quanto vendedor estavam ausentes dos negócios. Não há reporte de contrato fechado.

Além da expectativa de perdas no Paraná e no Paraguai, que podem reduzir a oferta nacional do cereal, há também avaliação de que a safra possa demorar mais tempo para estar disponível no mercado, o que sustentaria por mais tempo os patamares atuais das cotações. Na região de Ijuí, o comprador indica R$ 1.500 por tonelada FOB interior com retirada imediata e pagamento em 30 dias e R$ 1.570 por tonelada colocada em moinho. Os valores se mantiveram em relação à semana anterior. Haveria interesse de venda pelo produtor por R$ 1.600 por tonelada no FOB interior. Mas o vendedor não está disposto a vender com incerteza climática. A comercialização antecipada da safra nova gaúcha, que entra no mercado a partir de outubro, já estava em ritmo lento e agora perdeu mais fôlego. A indústria de ração oferece R$ 1.300 por tonelada FOB para retirada em novembro e pagamento em 30 dias. Mas não há vendedor nesse nível. O produtor pede, em média, de R$ 1.430 por tonelada nas mesmas condições. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.