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02/Ago/2021

Geadas podem ter causado danos à safra de trigo

As geadas na Região Sul entre os dias 27 e 30 de julho podem resultar em perdas na atual safra de trigo. O impacto das geadas pode comprometer a produtividade e o potencial do trigo do Paraná, especialmente nas áreas mais adiantadas do Estado. No Rio Grande do Sul, onde a lavoura é implantada mais tarde, os efeitos tendem a ser pontuais, já que uma área ainda pequena está em floração, fase em que o fenômeno pode ser prejudicial. Em ambos os Estados, as possíveis perdas ainda estão sendo contabilizadas, pois os danos por geadas levam de 10 a 15 dias para ficarem aparentes. No Paraná, maior produtor nacional do cereal, 27% das lavouras se encontram em floração e 1%, em frutificação, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). É essa área que pode ser afetada, ou 333,8 mil hectares em fases altamente suscetíveis ao gelo. Há ainda uma outra parte das lavouras na fase de emborrachamento que também têm risco de danos.

Ainda não é possível mensurar se as perdas destas últimas geadas serão significativas. Os prejuízos podem ser parciais, com problemas no enchimento dos grãos, ou total. Os reflexos na produção podem ser avaliados quando essas lavouras atingirem a frutificação. Na semana passada foram registradas geadas generalizadas em todas as regiões do Estado. Áreas mais adiantadas do centro-oeste do Paraná podem ter danos mais críticos. Os efeitos foram mais intensos nas regiões de Apucarana, Campo Mourão e Toledo, já que estavam com 60%, 85% e 97% das lavouras com risco ao gelo, respectivamente. Juntas, essas regiões plantaram 193,785 mil hectares do cereal. O Deral está avaliando a situação no campo e os possíveis danos devem ser mensurados em torno de uma a duas semanas após a ocorrência do fenômeno.

Os reflexos sobre a produtividade e a qualidade das plantas podem ser considerados no relatório mensal de produção e área que será divulgada no dia 26 de agosto. Uma quebra de produção, com a abrangência das geadas, será inevitável. A perspectiva é de que as geadas da última semana agravem as perdas e piorem a qualidade do cereal. Os relatos são de que essas geadas atingiram áreas que não tinham registrado o fenômeno anteriormente. Alguns danos podem ser verificados somente com o início da colheita, a partir de setembro. No seu relatório de safra de julho, o Deral já havia informado perda de 6 mil hectares e outros 22 mil hectares em condição ruim, em virtude da geada da semana de 19 a 22 de julho. Não foram feitos reajustes na produção, que foi mantida em 3,9 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, as plantações das principais áreas tritícolas do Estado foram cobertas por gelo, contudo 98% das lavouras ainda estão em fase de desenvolvimento vegetativo.

As lavouras em floração do Estado, fase suscetível à geada, atingem 2% da área plantada, segundo a Emater-RS. Possível perda em 2% é pouco representativa. É preciso aguardar para verificar a possibilidade de danos. A semeadura do cereal avançou para 98% da área prevista, de 1,12 milhão de hectares. Mas, o impacto pode ser em uma área um pouco maior que a projetada pela Emater-RS, de 5%. Tem um estágio anterior à floração, o de alongamento da espiga, incluído em desenvolvimento vegetativo, que pode ter risco de perdas. No momento, não há dados que atestem esses prejuízos. A perspectiva da continuidade da massa de ar polar pela Região Sul preocupa os produtores de ambos os Estados. Historicamente, geadas ocorridas em agosto implicaram em prejuízos severos à produção. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.