ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

20/Jul/2021

Tendência de preços firmes para o trigo no Brasil

Os preços do trigo continuam firmes no Brasil, mesmo com a menor liquidez. Agentes apontam que a baixa disponibilidade nacional do grão afeta o interesse por novos negócios. Além disso, eles têm acompanhado o desenvolvimento da temporada atual, visto que as geadas do último fim de semana podem afetar parte das lavouras. Entretanto, as estimativas ainda sinalizam safra maior no Brasil e no mundo. Dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na semana passada até reduziram a estimativa de produção mundial da safra 2021/2022 para 792,39 milhões de toneladas, com menores ofertas nos Estados Unidos, no Cazaquistão, no Canadá e na Rússia. Todavia, continua 2,1% superior à temporada 2020/2021, principalmente devido à elevação no Reino Unido e na Ucrânia.

Para o Brasil, a expectativa do USDA é de que a produção seja 10,4% maior que a safra 2020/2021, atingindo 6,9 milhões de toneladas. Quanto ao consumo, o USDA indica aumento de 0,8% de 2020/2021 para 2021/2022, a 790,89 milhões de toneladas. Os estoques mundiais recuaram 1,7% em comparação ao relatório anterior, mas ainda devem subir 0,5% frente à safra 2020/2021, indo para 291,68 milhões de toneladas. A relação estoque/consumo permanece em queda, saindo de 37,5% para 36,9%. Em relação às exportações da safra 2021/2022, o USDA prevê 205,47 milhões de toneladas, elevação de 4% em comparação à safra anterior. Os aumentos mais significativos nas vendas externas devem ocorrer por Ucrânia (21 milhões de toneladas) e Argentina (13 milhões de toneladas), com altas expressivas de 36,8% e de 25,4%, respectivamente, entre as temporadas 2020/2021 e 2021/2022.

Porém, os maiores exportadores continuam sendo Rússia e União Europeia. Do lado das compras mundiais da safra 2021/2022, os maiores importadores são Egito (13,2 milhões de toneladas), Indonésia (10,75 milhões de toneladas) e Turquia (10,25 milhões de toneladas). A previsão para o volume importado pelo Brasil deve ser 12% superior ao da temporada 2020/2021. No Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que a semeadura da safra 2021/2022 de trigo foi finalizada, com 95% das lavouras em boas condições e 5%, em médias. No Rio Grande do Sul, informações da Emater-RS mostram que a semeadura atingiu 94% da área, acima da média dos últimos cinco anos e leve avanço na semana, já que produtores aguardam melhores condições de umidade do solo para seguirem com as atividades.

Na Argentina, segundo informações divulgadas pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura de trigo também está quase finalizada, atingindo 96,2% da área até 14 de julho, com 59% das lavouras em excelentes condições, 39%, em normais, e apenas 2% em situação ruim. Nos Estados Unidos, o USDA indicou que, até 11 de julho, 59% da área total do trigo de inverno havia sido colhida, avanço semanal de 14%. O ritmo está abaixo do observado no mesmo período da temporada passada (66%) e inferior à média dos últimos cinco anos, de 65%. Para o trigo de primavera, 16% estavam entre condições boas e excelentes, ainda muito abaixo dos 68% do ano passado. Em condições médias estavam 29% das lavouras, e entre ruins e muito ruins, 55%, pior em comparação à semana anterior. No mercado interno, os preços do cereal continuam aumentando, tanto no mercado balcão (preço pago ao produtor) quanto no mercado de lotes (negociação entre empresas).

Nos últimos sete dias, as valorizações do trigo no mercado de balcão (ao produtor) são de 2,85% no Paraná, de 1,68% no Rio Grande do Sul e de 1,41% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam alta de 1,79% no Paraná, 1,18% em Santa Catarina e 0,09% em São Paulo. No Rio Grande do Sul, há leve redução de 0,34%. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 1,1% nos últimos sete dias, a US$ 276,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Setembro/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago, apresenta expressiva alta de 12,6% nos últimos sete dias, a US$ 6,92 por bushel (US$ 254,45 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 9,7%, a US$ 6,51 por bushel (US$ 239,39 por tonelada). A alta está relacionada à maior demanda pelo cereal dos Estados Unidos e ao clima desfavorável às lavouras no país. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.