12/Jul/2021

A valorização de mais de 4% do dólar ante o Real, para acima do patamar dos R$ 5,20, impulsiona as cotações do trigo no mercado interno. A paridade do cereal local ante o importado melhorou, já que a aquisição do grão importado ficou mais cara. Ainda assim, os vendedores estão retraídos, pois acreditam que se o dólar persistir entre R$ 5,00 e R$ 5,10 os preços do cereal tendem a ficar mais atrativos, mesmo com a entrada da safra. A comercialização é pontual. O período é de limite da entressafra com o resto do saldo de transição da temporada passada. No Paraná, os compradores indicam entre R$ 1.530,00 e R$ 1.550,00 por tonelada CIF Curitiba, ante oferta de R$ 1.500 a R$ 1.520 por tonelada nas mesmas condições indicada na semana passada. Mas, os valores não atraem vendedores.

Os produtores indicam R$ 1.520,00 por tonelada FOB. Com o custo do frete, chegaria a R$ 1.600,00 por tonelada no moinho. Os poucos lotes que rodam variam de 200 toneladas a 1 mil toneladas, conforme a necessidade de abastecimento e do porte dos moinhos. Quem estiver com estoque reduzido e precisa de abastecimento acaba comprando mesmo em patamar acima do projetado. Por outro lado, neste momento a maioria dos produtores encontra-se em situação financeira confortável, sem necessidade de se desfazer dos lotes ou ceder nas cotações para capitalização imediata. Para a safra 2021, que entra no mercado a partir de setembro, não há propostas firmes. Os moinhos indicam R$ 1.300,00 por tonelada FOB, para retirada em outubro.

O atraso previsto para a colheita de cerca de 30 dias também contribui para esfriar as vendas da próxima safra. Em outros anos, geralmente havia trigo novo na segunda quinzena de agosto. Neste ano, haverá trigo disponível no mercado somente a partir de 10 setembro. A perspectiva é de uma boa produção, mas ainda faltam uns 60 até lá. No Rio Grande do Sul, a negociação também é lenta. Os moinhos com maior necessidade de suprimento indicam entre R$ 1.400,00 e R$ 1.430,00 por tonelada, para entrega imediata e pagamento em 30 dias na região de Passo Fundo. Os moinhos mais abastecidos e sem necessidade de compra imediata indicam entre R$ 1.360,00 e R$ 1.390,00 por tonelada. Os vendedores, por outro lado, buscam entre R$ 1.600,00 e R$ 1.650,00 por tonelada FOB.

Alguns já segregaram trigo, fizeram expurgo e estão aguardando. Com o aumento previsto de área de 30% a 40% para a safra 2021/2022 e a semeadura acelerada no Estado, a perspectiva é de aumento da oferta se o clima ajudar. Os moinhos estão trabalhando com estoque e devem entrar no mercado a partir do mês que vem. Na semana passada, não havia referências de compra ou venda para comercialização antecipada, com participantes cautelosos diante da volatilidade das cotações nas bolsas internacionais. Segundo a Emater-RS, o plantio de trigo no Rio Grande do Sul atingia, até o dia 8 de julho, 91% da área prevista de 1,12 milhão de hectares. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.