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06/Jul/2021

Tendência de alta do trigo com as quebras no milho

As fortes geadas que atingiram diferentes regiões do Brasil na semana passada prejudicaram pequena parcela das lavouras de trigo já implantadas e, especialmente, as áreas de milho na 2ª safra de 2021. Ressalta-se que, no caso do milho, o semeio e o desenvolvimento de algumas lavouras, especialmente as do Paraná e de Santa Catarina, já tinham sido afetados por chuvas abaixo do necessário, contexto que deve diminuir a produção. Como a pecuária demanda trigo como substituto do milho, esse cenário tende a aquecer a demanda pelo trigo. Inclusive, os preços do trigo já reagiram nos últimos dias, principalmente os pagos aos produtores. Nos últimos sete dias, as valorizações no mercado de balcão (preço pago ao produtor) são de 3,82% no Paraná e de 0,28% no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, há queda de 3,24%.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços continuam recuando: 1,91% no Paraná e 1,7% em Santa Catarina. Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, os valores estão praticamente estáveis, com aumentos de 0,64% e 0,39%. No Paraná, dados do Departamento de Economia Agropecuária (Deral/Seab) indicam que, até o dia 28 de junho, a semeadura havia atingido 95% da área esperada para o Estado, com 95% das lavouras em boas condições e 5%, em médias. Ainda não há estimativas sobre o impacto das geadas, que atingiram especialmente as primeiras lavouras que haviam sido implantadas e estavam em desenvolvimento mais avançado. No Rio Grande do Sul, informações da Emater-RS mostram que a semeadura atingiu 75% da área, 5% abaixo do mesmo período do ano passado.

A alta umidade do solo prejudicou o andamento das atividades de campo na última semana. Contudo, as lavouras apresentam boas sanidade e desenvolvimento. Na Argentina, segundo informações divulgadas pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura de trigo havia atingido 84,1% da área até o final de junho, 5% superior ao ano passado. As atividades no país vêm apresentando forte avanço. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 27 de junho, 33% da área total do trigo de inverno no país havia sido colhido, 6% abaixo do mesmo período da temporada passada e 7% inferior à média dos últimos cinco anos (de 2016 a 2020). Para o trigo de primavera, 20% estavam entre condições boas e excelentes, muito abaixo dos 69% do ano passado e piora de 7% em comparação à semana anterior. Em condições médias estavam 41% das lavouras, e entre ruins e muito ruins, 39%.

De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 21 dias úteis de junho, foram importadas 540,87 mil toneladas de trigo, contra 434,41 mil toneladas em junho/2020. Em relação ao preço de importação, a média de junho/2021 esteve em US$ 269,00 por tonelada FOB origem, 16,93% acima da registrada no mesmo mês de 2020 (de US$ 230,00 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia de Comércio Exterior (Conab), de 21 a 25 de junho, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 281,64 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,97, o cereal importado era negociado a R$ 1.399,89 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.529,50 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 263,68 por tonelada, o equivalente a R$ 1.310,63 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.478,08 por tonelada na média do Estado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 276,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra valorização de 1,4% nos últimos sete dias, a US$ 6,45 por bushel (US$ 237,27 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter avançou 1,8%, a US$ 6,11 por bushel (US$ 224,60 por tonelada). A valorização do cereal esteve relacionada à divulgação do USDA mostrando estoques abaixo do esperado pelo mercado. Segundo o USDA, os estoques norte-americanos de trigo deste ano estavam, no início de junho, 17,9% inferiores aos do mesmo período de 2020, somando 22,97 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.