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29/Jun/2021

Preço do trigo contido pela paridade de importação

Agentes do mercado de trigo estão atentos às atividades de campo. No Brasil e na Argentina, a semeadura do cereal avança, e os produtores acompanham de perto o clima e as lavouras. No geral, ambos os países apresentam bom desenvolvimento das lavouras, sendo que a produção no Brasil deve ser recorde. Nos Estados Unidos, o trigo de inverno está sendo colhido, mas o ritmo das atividades está abaixo do verificado em anos anteriores. No caso do cereal de primavera, as condições das lavouras norte-americanas registraram piora nas últimas semanas. No Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que, até o dia 21 de junho, a semeadura havia atingido 92% da área esperada para o Estado, com 95% das lavouras em boas condições e 5%, em médias. Até o momento, as chuvas estão ocorrendo em volumes adequados, e as geadas não foram prejudiciais às lavouras, já que o cereal ainda está em fases mais tolerantes a baixas temperaturas.

Foi elevada a previsão para área de trigo no Estado para 1,18 milhão de hectares (contra 1,14 milhão na safra passada), com colheita estimada em 3,87 milhões de toneladas, um recorde. No Rio Grande do Sul, informações da Emater-RS mostram que a semeadura ultrapassou 1 milhão de hectares, área 13,29% maior que a de 2020. A produção deve atingir 2,89 milhões de toneladas, volume 37,81% superior ao da temporada anterior. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires relatou avanço de 13,5% no plantio do trigo na semana, atingindo 70,9% da área esperada para o país até o dia 23 de junho. Praticamente todas as lavouras (95,4%) estão entre condições normais e excelentes. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 20 de junho, 17% do total do trigo de inverno havia sido colhido, 10% abaixo do mesmo período da temporada passada e 9% inferior à média dos últimos cinco anos (2016 a 2020).

Para o trigo de primavera, 27% estavam entre condições boas e excelentes, muito abaixo dos 75% do ano passado. Em condições médias estavam 36% das lavouras, e entre ruins e muito ruins, 37%, piora de 10% em comparação à semana anterior. Os preços domésticos do trigo seguem em queda, influenciados pela desvalorização do dólar, que favorece as importações do cereal, pelo movimento de baixa nos valores externos e pelo fraco ritmo de negociações. Agentes de moinhos se mostram abastecidos, sendo que alguns operam abaixo da capacidade. Além disso, as boas condições das lavouras e o clima favorável também reforçam as quedas internas. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), as desvalorizações são de 2,97% em Santa Catarina, de 2,39% no Paraná e de 1,82% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam queda de 2,37% no Rio Grande do Sul, 2,02% no Paraná e 1,42% em Santa Catarina.

Em São Paulo, os valores registram leve alta de 0,66%. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de junho, as importações de trigo tiveram média diária de 25 mil toneladas, contra 20,68 mil toneladas no mesmo mês de 2020, elevação de 20,89%. Os preços de importação registram média de US$ 266,40 por tonelada FOB origem, 15,83% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 230,00 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 14 a 18 de junho, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 282,06 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,04, o cereal importado era negociado a R$ 1.424,04 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.581,28 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 264,12 por tonelada, o equivalente a R$ 1.333,44 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.516,73 por tonelada na média do Estado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires apresentam avanço de 0,7% nos últimos sete dias, a US$ 275,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago acumula desvalorização de 3,9% nos últimos sete dias, a US$ 6,37 por bushel (US$ 234,06 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra baixa de 1%, a US$ 6,00 por bushel (US$ 220,55 por tonelada). A desvalorização do cereal segue relacionada ao comportamento do milho, o qual apresentou quedas na semana passada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.