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28/Jun/2021

Preços do trigo em baixa com as quedas do dólar

A comercialização de trigo no mercado interno segue travada. A perspectiva de uma queda mais acentuada do dólar ante o Real afastou os moinhos da negociação. No mês, a moeda acumula queda de 5% e algumas projeções já apontam dólar a R$ 4,80 até o fim do ano. Com o dólar abaixo de R$ 5,00, os valores do trigo podem diminuir de R$ 200,00 a R$ 300,00 por tonelada dos patamares atuais ao longo do segundo semestre, não havendo extremos climáticos. Com o dólar mais fraco ante o Real, as cotações do cereal recuaram pelo menos R$ 40,00 por tonelada por mais uma semana nas principais regiões produtoras. No Paraná, na região norte, há registro de negócios a R$ 1.480,00 por tonelada, para retirada imediata, de lotes próximos a moinhos, com pagamento em 30 dias. Posto em moinhos da região dos Campos Gerais, a indicação de compra está entre R$ 1.480,00 e R$ 1.500,00 por tonelada CIF, nos mesmos prazos, mas os vendedores buscam R$ 1.600,00 por tonelada FOB na região.

No Rio Grande do Sul, as referências de venda registram recuo de entre R$ 1.520,00 e R$ 1.550,00 por tonelada posta em moinho na região de Canoas para R$ 1.480,00 por tonelada nas mesmas condições. A indústria moageira espera que o dólar continue caindo ou ao menos estabilize. Os moinhos vão esperar a volatilidade cambial passar para tomar decisão de compra. A queda de preços também é motivada pelo recuo no cereal importado. O trigo argentino chega no Rio Grande do Sul a US$ 302,00 por tonelada. Para manter a paridade ante o trigo importado, os produtores reajustam as cotações para baixo. O mercado deve ganhar fôlego apenas a partir de agosto, se a demanda por farinhas melhorar. Os moinhos estão abastecidos para demanda atual. Mas, se houver aquecimento do consumo, as fábricas terão de comprar novas reservas. A moagem no Estado está aproximadamente 30% abaixo da média histórica para os meses de maio e junho.

O arrefecimento das cotações do cereal e a expectativa de dólar mais fraco também limitam os negócios antecipados da safra 2021, que deve entrar no mercado a partir de setembro. No Paraná, para negociação antecipada, os compradores indicavam, no começo da semana passada, R$ 1.450,00 por tonelada, para retirada em setembro na região dos Campos Gerais e pagamento 30 dias depois, mas, agora, já não há indicações firmes. Os vendedores não sinalizam quanto querem para negociar lotes, aguardando o cenário da safra ficar mais claro. Por enquanto, o clima tem sido favorável, mas a perspectiva é de condições mais secas em agosto. No Rio Grande do Sul, os vendedores indicam R$ 1.150,00 por tonelada posta no Porto de Rio Grande em dezembro, mas não há interesse de compra. Os moinhos não estão ativos na fixação. Estima-se que ainda há entre 100 e 200 mil toneladas da safra anterior remanescentes no Estado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.