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22/Jun/2021

Tendência baixista para o trigo no mercado interno

Os preços do trigo no Brasil estão recuando com um pouco mais de força, influenciados pelas baixas nos valores externos e pela desvalorização do dólar frente ao Real, contexto que reduz a paridade de importação do cereal. Ainda assim, o trigo da última safra disponível no mercado interno não é suficiente até a colheita deste ano. Desta forma, a importação do cereal segue aquecida. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os valores do trigo registram recuo de quase 7% no Paraná e de 6,16% no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, as cotações ainda se sustentam, com leve alta de 0,17%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam quedas de 3,66% no Paraná, de 2,7% em São Paulo, de 1,48% no Rio Grande do Sul e de 1,43% em Santa Catarina. Apesar disso, os atuais patamares superam os do mesmo período do ano passado, em termos nominais. Mesmo com o recuo nos valores, as negociações seguem lentas no mercado interno. Agentes indicam que apenas o mercado de farelo de trigo é que está um pouco mais aquecido.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 14 de junho, a semeadura no Paraná havia atingido 85% da área esperada, com 95% das lavouras em boas condições e 5%, em médias. Do total já semeado, 88% estão em desenvolvimento vegetativo e 12%, em fase de germinação. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, a semeadura do trigo já está ocorrendo na maior parte do Estado, mas a umidade excessiva do solo limita as atividades em algumas regiões. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 13 de junho, 48% das lavouras de trigo de inverno do país estavam entre condições boas e excelentes, 2% abaixo do registrado no ano anterior. Em condições médias estavam 32% das lavouras, e entre ruins e muito ruins, 20%, leve piora em comparação à semana anterior. Para o trigo de primavera, 96% já emergiram, contra 93% na safra anterior e 95% na média entre 2016 e 2020. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires relata avanço expressivo de 20,9% no plantio do trigo na semana, atingindo 57,4% da área total do país até o dia 16 de junho. O clima favoreceu o retorno das atividades de campo.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de junho, as importações de trigo tiveram média diária de 25,11 mil toneladas, contra 20,68 mil toneladas no mesmo mês de 2020, elevação de 21,43%. Os preços de importação registram média de US$ 264,30 por tonelada FOB origem, 14,9% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 230,00 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 7 a 11 de junho, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 284,85 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,06, o cereal importado era negociado a R$ 1.443,12 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.611,35 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 266,76 por tonelada, o equivalente a R$ 1.351,47 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.537,39 por tonelada na média do Estado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 273,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra desvalorização de 2,6% nos últimos sete dias, a US$ 6,62 por bushel (US$ 243,52 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta recuo de 4,9% no mesmo comparativo, a US$ 6,06 por bushel (US$ 222,85 por tonelada). A desvalorização do cereal está atrelada ao comportamento do milho, o qual apresenta recuos relevantes nos últimos sete dias. De acordo om o USDA, até o dia 11 de junho, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 673,32 mil toneladas, volume 15,78% inferior ao escoado no mesmo período do ano passado. Na semana do dia 10 de junho, especificamente, foram exportadas 480,341 mil toneladas, quantidade menor que a da semana anterior (493,638 mil toneladas) e 14,84% abaixo da registrada em período equivalente de 2020 (de 564,062 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Filipinas (89,27 mil toneladas), Nigéria (77,45 mil toneladas) e Japão (51,53 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.