ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

08/Jun/2021

Preço do trigo tem leves recuos no mercado spot

O ritmo das negociações envolvendo trigo segue lento no mercado interno. Os produtores estão focados no avanço do cultivo da nova safra do cereal, ao passo que demandantes se atentam à continuidade da desvalorização do dólar frente ao Real, que reduz a paridade e favorece a importação do cereal. Entre 28 de maio e 4 de junho, o dólar recuou 3,5%, fechando a R$ 5,035 na sexta-feira (04/06). Esse contexto, por sua vez, acaba enfraquecendo as cotações do trigo no Brasil. Nos últimos sete dias, no mercado de lotes (negociações entre empresas), os valores registram recuo de 2,1% em São Paulo, 1,6% no Rio Grande do Sul, 0,85% em Santa Catarina e 0,69% no Paraná. No mercado de balcão (preço pago ao produtor), os valores estão praticamente estáveis nos três Estados da Região Sul. De acordo com os dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em maio, foram importadas 591,03 mil toneladas de trigo, contra 467,25 mil toneladas no mesmo mês de 2020, forte aumento de 20,47%.

O preço médio da importação foi de US$ 269,90 por tonelada FOB origem, 20,90% acima da registrada no mesmo mês de 2020 (de US$ 223,20 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 24 a 28 de maio, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 283,86 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,29, o cereal importado era negociado a R$ 1.502,16 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.635,27 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 265,93 por tonelada, o equivalente a R$ 1.407,25 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.579,62 por tonelada na média do Estado. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 31 de maio, a semeadura no Paraná havia atingido 71% da área esperada, com 91% em condições boas e 9% em médias. Do total já semeado, 46% estão em fase de germinação e 54%, em desenvolvimento vegetativo.

No Rio Grande do Sul, informações da Emater-RS mostram que a semeadura do trigo já foi iniciada em diversas regiões do Estado, e a expectativa é de aumento de área nesta safra. Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 30 de maio, 48% das lavouras de trigo de inverno estavam entre condições boas e excelentes, 3% abaixo do registrado no ano anterior. Em condições médias estavam 33% das lavouras, e entre ruins e muito ruins, 19%, leve piora em comparação à semana anterior. Para o trigo de primavera, o cultivo alcançou 97% da área estimada, contra 90% em 2020 e acima da média de 93% dos últimos cinco anos. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires relatou avanço de 7% no plantio do trigo na semana, atingindo 17,1% da área total do país até o dia 2 de junho. O atraso está relacionado a chuvas em algumas regiões, o que dificulta a entrada de máquinas no campo.

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, nos últimos sete dias, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 1,1%, a US$ 275,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta valorização de 3,7% nos últimos sete dias, a US$ 6,87 por bushel (US$ 252,70 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 3,8% no mesmo período, a US$ 6,36 por bushel (US$ 233,87 por tonelada). A valorização do cereal está relacionada à alta do milho, pois ambos os cereais são utilizados na ração animal. Além disso, o clima seco em regiões produtoras do país norte-americano também elevou os preços, já que há possibilidade de prejudicar as lavouras de primavera. A queda do dólar também influenciou o mercado, à medida que favorece a comercialização de commodities dos Estados Unidos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.