ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

07/Jun/2021

Negociação antecipada indica forte alta de preços

Os preços firmes do trigo observados na temporada passada devem se manter sustentados no atual ciclo. É o que indica a comercialização antecipada de lotes da nova safra, que começará a entrar no mercado em meados de setembro. Apesar das vendas ainda estarem incipientes e o produtor demonstrar maior cautela na negociação, os preços estão em média 60% superiores aos reportados no início do ciclo passado. Os contratos mais recentes efetivados previam pagamento de R$ 1.450,00 por tonelada de trigo pão a ser posto em moinho de Ponta Grossa (PR) em outubro e R$ 1.350,00 por tonelada com destino exportação para ser embarcado no Porto de Rio Grande (RS) no mesmo prazo. Entretanto, faz umas duas semanas que não foram reportados novos negócios no Rio Grande do Sul.

Aproximadamente 20 mil toneladas de trigo do Paraná foram vendidas com entrega futura na nova safra, enquanto de cereal do Rio Grande do Sul foram 156 mil toneladas comercializadas. Do volume efetuado no Rio Grande do Sul, 80 mil toneladas serão entregues à indústria de ração, 56 mil toneladas têm como destino o mercado externo e outras 20 mil toneladas foram adquiridas pela indústria moageira local. O mercado está bem mais retraído que nos anos anteriores, porque os produtores esperam cotações mais elevadas, na ordem de R$ 1.600,00 por tonelada em dezembro, mas o teto da indústria é R$ 1.350,00 por tonelada em dezembro. O cereal importado também está em nível superior ao observado nas safras passadas. O trigo argentino para entrega em dezembro está em média a US$ 255,00 por tonelada FOB, frente à média dos últimos anos entre US$ 185,00 e US$ 220,00 por tonelada para o mesmo mês.

No Paraná, aproximadamente 7% da produção esperada já foi vendida antecipadamente pelos produtores, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado (Seab). O volume vendido antecipadamente ainda é pouco expressivo em virtude do alto risco da cultura. A indústria alega que é difícil fazer contrato futuro sem garantia da qualidade que o produto terá na entrega. No Rio Grande do Sul, estima-se que 5% da colheita prevista já foi comercializada. A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) projeta que o volume exportado pelo Estado neste ano fique menor que o reportado na temporada passada. Com a demanda para panificação e os problemas locais da Argentina que podem se agravar, a fixação de preços para exportações tende a ser bem menor do que o efetuado no ano passado. A expectativa do produtor é abastecer o mercado interno.

Embora haja arrefecimento de preços atuais do cereal com a entrada da safra nacional, a colheita de trigo deste ano tende a ser a terceira consecutiva de alta rentabilidade para os agricultores. Considerando o cereal a R$ 1.300,00 por tonelada no spot em meados de novembro e dezembro, resultaria em 27% de lucro para o produtor, compensando o maior custo de produção. No disponível, nos últimos dias, há registro de negócios pontuais da safra passada entre R$ 1.680,00 e R$ 1.700,00 por tonelada posto em Ponta Grossa (PR) e a R$ 1.630,00 por tonelada CIF em Passo Fundo (RS), para entrega imediata e pagamento em 30 dias. A comercialização de trigo no mercado físico evolui pouco e os preços continuam firmes. O mercado foi esvaziado pelo feriado de Corpus Christi (03/06), que afastou parte de compradores e vendedores também na sexta-feira (04/06). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.