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07/Jun/2021

Safra 2021: área deve ter forte alta na Região Sul

O plantio de trigo em andamento nas principais regiões produtoras do País progride sem a ocorrência de problemas expressivos. O desenvolvimento da safra e os modelos climáticos dos próximos meses apontam para uma boa colheita. Esse cenário somado aos preços remuneradores anima os produtores que enfrentaram uma série de produções frustradas. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), o agricultor que estava um pouco receoso, pelos passivos anteriores da cultura, vendo a manutenção do preço firme do cereal se estimulou a ampliar a área. No Paraná, maior produtor nacional de trigo, após atrasos no início da semeadura em virtude da seca, o ritmo foi normalizado e os trabalhos de campo entram na fase final. Espera-se crescimento de 4% na área plantada no Estado, para 1,170 milhão de hectares, e uma alta de 22% na produção, para 3,821 milhões de toneladas. A semeadura atingiu 71% da área total prevista até o dia 31 de maio.

O resultado mostra que os trabalhos de campo estão à frente do observado em igual período do ano passado e da média das cinco temporadas anteriores, de 66%. As chuvas das últimas semanas foram relativamente homogêneas no Estado, apesar de não terem sido volumosas, e trazem boa perspectiva tanto para o andamento do plantio quanto para o desenvolvimento das plantas. Das lavouras de trigo já instaladas no Paraná, 91% encontram-se em boa condição e outros 9% em situação média. A maior parte das plantações, 54%, está em desenvolvimento vegetativo e 46%, em germinação. É um contraste bem expressivo na comparação com as últimas semanas, quando dois terços das lavouras estavam em condições médias. As únicas áreas no Estado que geram preocupação quanto ao potencial de qualidade do cereal produzido são as da região norte, onde o cultivo ocorre desde abril e foi afetado pela estiagem. Entretanto, como foram problemas pontuais no início da safra não tendem a causar estresse suficiente para gerar perdas de rendimento.

De forma geral, as condições hídricas do solo no Estado estão satisfatórias tanto para os produtores que estavam com cereal plantado e não viam boas condições de germinação, quanto para aqueles que ainda vão plantar, por favorecer a umidade do solo. No Rio Grande do Sul, segundo maior produtor do cereal de inverno, o clima frio e seco favorece o plantio, que ainda é incipiente. A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) estima que entre 1% e 2% da área esperada foi implantada. As condições estão ótimas. Quanto mais seco for o solo melhor é para implantação da cultura, que começa pelo noroeste e se estende para o sudoeste do Estado. No Estado, a semeadura tende a ganhar ritmo em junho e deve se estender até o fim de julho. O Rio Grande do Sul inicia a semeadura mais tardiamente que o Paraná em virtude do zoneamento agrícola de risco climático. No momento, a maior parte dos produtores do Estado está voltada à dessecação das áreas, para controle e manejo de pragas invasoras.

Os insumos necessários para a safra, adquiridos com antecedência, já estão nas propriedades agrícolas. Bem capitalizado com a boa safra de verão (1ª safra 2020/2021), o produtor investiu mais em tecnologia. Confirmadas as intenções de plantio, a área semeada com o produto deve crescer 22% no Estado para 1,150 milhão de hectares. A estimativa é de colheita de 3 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul. A produtividade do trigo se define durante o florescimento e depende das condições climáticas no período. Mas, se o clima contribuir, com chuvas moderadas e frio intenso, o Estado pode entregar até mesmo mais de 3 milhões de toneladas. A Emater-RS deve divulgar suas estimativas ainda neste mês. A entidade publica tradicionalmente as previsões para a safra de inverno em junho, quando o produtor finaliza a tomada de decisão de plantio. A expectativa é que se faça uma boa lavoura. Os produtores estão bem otimistas em relação ao cenário, com toda a conjuntura de preços e demanda, apesar dos custos mais elevados.

Como ainda há uma janela grande para o plantio, parte dos produtores ainda está decidindo se irá plantar a cultura em função das características de suas regiões. A frente fria que deve chegar ao Rio Grande do Sul nos próximos dias tende a contribuir para os trabalhos de campo se intensificarem e para o bom progresso do cereal semeado. A semeadura deve seguir sem grandes dificuldades. Houve chuvas bem distribuídas e as condições estão favoráveis. As perspectivas climáticas positivas, que preveem inverno rigoroso com chuvas moderadas e baixas temperaturas na Região Sul, tendem a favorecer a evolução adequada da safra. No entanto, a possibilidade de ocorrência de geadas e de ventos fortes durante o espigamento e a frutificação do cereal (cerca de 50 dias após o plantio) preocupa o setor produtivo. A geada pode queimar lavouras e as rajadas de vento podem derrubar as plantas. É um risco que o produtor administra todo ano e continua propenso a ele. Se esses fenômenos ocorrerem dentro das fases germinativas não são prejudiciais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.