31/Mai/2021

Os preços do trigo estão recuando no mercado interno, pressionados pela depreciação do dólar ante o Real e pelas perdas das cotações internacionais. Isso porque a desvalorização da moeda norte-americana ante a local torna a importação do cereal mais vantajosa para os moinhos brasileiros. No mês de maio, a moeda acumula queda de quase 4% ante o Real, encerrando a R$ 5,21 (-0,82%) na sexta-feira (28/05). Nos últimos sete dias, os vendedores ajustaram para baixo as indicações na tentativa de manter a paridade do cereal nacional frente ao importado e fechar contratos. O trigo argentino está chegando ao Paraná a R$ 1.640,00 por tonelada posto moinho, patamar menor do que o trigo local e a indústria prefere cereal importado em virtude da qualidade.

Além disso, o recuo das cotações do milho fez com que as indústrias de ração diminuíssem o valor da oferta por trigo. É a demanda por cereal para ração animal que está segurando as cotações do trigo. No Paraná, na região de Curitiba, a indicação de compra é de R$ 1.600,00 por tonelada de trigo pão CIF, para entrega imediata e pagamento em 30 dias. No Rio Grande do Sul, na região de Porto Alegre, a indicação está entre R$ 1.570,00 e R$ 1.580,00 por tonelada posto moinho, para entrega imediata e pagamento em 30 dias ante R$ 1.650,00 por tonelada reportado uma semana antes. Contudo, a comercialização segue pontual e os volumes são pouco expressivos. O mercado está mais retraído que nas semanas anteriores.

Na região de Passo Fundo, os compradores indicam R$ 1.630,00 por tonelada posto moinho, para entrega imediata e pagamento à vista. Mas, os vendedores indicam até R$ 1.800,00 por tonelada FOB. Os produtores estão retraídos, movimento que deve se estender até meados de setembro e outubro, quando entra a nova safra no mercado. A comercialização antecipada de lotes da safra 2021, que está sendo plantada e entra no mercado a partir de setembro, também está mais lenta. No Paraná, há registro de negócios a R$ 1.450,00 por tonelada CIF, para entrega em novembro. No Rio Grande do Sul, contudo, há três semanas não são relatados fechamento de novos contratos da próxima temporada. Não há referência de preço para o cereal da próxima safra. Os produtores estão focados no plantio. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.