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27/Mai/2021

Derivados de trigo: consumo nos lares mostra alta

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), a presença de pães, massas e biscoitos nos lares brasileiros aumentou no ano passado em comparação com o ano anterior. A maior alta, de 8,1%, foi observada no consumo de pães industrializados, com 89,4% das famílias brasileiras adquirindo o produto. O levantamento apontou que em 2020 99,7% das famílias brasileiras consumiram biscoitos e 99,6% consumiram massas alimentícias industrializadas, como macarrão e lasanha. O resultado representa crescimento de 0,1% e 0,3% na comparação com 2019, respectivamente. A pesquisa foi feita pela Kantar WorldPanel.

Um dos principais fatores que estimularam a maior penetração destes alimentos nas residências do País foi o auxílio emergencial pago pelo governo federal para ajudar as famílias que perderam renda com a pandemia de Covid-19. De acordo com a pesquisa da Kantar, R$ 2,00 a cada R$ 3,00 do benefício foram destinados para a compra de alimentos. Ao todo, 66% de quem recebe auxílio emergencial direciona esse dinheiro para alimentos e bebidas. Outro motivo relacionado à pandemia que contribuiu para estimular o consumo de derivados de trigo nos lares é o isolamento social, que levou as famílias a fazerem mais refeições em casa.

O distanciamento aumentou as ocasiões de café da manhã e lanches feitos em casa. Traduzindo em números, os brasileiros que tinham quatro oportunidades de consumir produtos da cesta Abimapi ao longo do dia, passaram a ter cinco oportunidades. Foram em torno de 27% mais ocasiões de consumo dentro de casa. Pães foi a categoria que mais cresceu desde os primeiros meses da pandemia, teve 30% a mais de volume comercializado e um crescimento de 35% do valor negociado. Entre os pães industrializados, observou-se maior demanda por aqueles que tem algum tipo de apelo voltado à saúde, como fibras ou redução calórica, como os de centeio e integrais ou os pães derivados de sementes com alguma adição ou farinha integral.

Em relação às massas, a retomada do hábito de cozinhar e preparar as próprias refeições pelas famílias também é apontada como fator que puxou o consumo do produto. No ano passado, pela primeira vez a quantidade média de ingestão de massas alimentícias por brasileiro ultrapassou o patamar de 5 Kg por ano, a 5,063 Kg por pessoa em 2020. Os pães e bolos industrializados se destacaram pela praticidade e prazo de validade dos produtos, que acabaram se tornando fatores determinantes, impulsionados pelos canais de compra: super e hipermercados, estabelecimentos que se mantiveram abertos.

Para este ano, a perspectiva da indústria é de manter a participação nos lares brasileiros, dada a diminuição do benefício emergencial concedido pelo governo federal. Em relação ao faturamento, que foi de R$ 40,5 bilhões em 2020, as fabricantes esperam alta de 3% a 5%. No volume vendido, que foi de 3,5 milhões de toneladas, a previsão é de incremento de 2%. Mesmo com o afrouxamento gradual das medidas de distanciamento social, as pessoas ainda se sentem inseguras para retornar ao consumo fora do lar, além disso, os produtos da categoria são relativamente baratos, pertencentes à cesta básica de alimentação e a população está menos capitalizada, revisando as suas prioridades de consumo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.