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25/Mai/2021

Clima e preços são favoráveis ao plantio em 2021

As chuvas e as temperaturas mais baixas beneficiaram a cultura do trigo na semana passada em todas as regiões produtoras do Brasil. Esse cenário, junto aos preços atrativos, deve fazer com que a semeadura avance de forma mais acelerada nos próximos dias, uma vez que os trabalhos de campo estão atrasados em comparação às safras anteriores, apesar de o cereal já semeado ter apresentado melhora em suas condições. Com isso, os preços pagos ao produtor já começaram a ceder de forma mais intensa que no atacado do Paraná. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a semeadura no Paraná havia atingido 26% da área total até o dia 21 de maio. Apesar do recente cenário favorável, as atividades seguem atrasadas: na média dos últimos cinco anos (considerando-se até a primeira quinzena de maio), a média é de 44% da área. As chuvas mais volumosas no dia 12 de maio em algumas regiões favoreceram áreas que foram semeadas em solo seco e o avanço do trabalho no campo.

Do cereal que já foi implantado no Paraná, 71% estão em boas condições e 7%, em desenvolvimento vegetativo. No Rio Grande do Sul, por outro lado, os altos preços do cereal devem elevar a área, segundo a Emater-RS. Em regiões onde o zoneamento agrícola permite o início da safra, a semeadura está avançando, ainda que em ritmo lento. Contudo, o preparo das áreas foi intensificado. O mercado doméstico de trigo segue com baixa liquidez, devido à menor demanda. Além de o clima ter favorecido as atividades no campo no Paraná, as quedas nos preços também estão atreladas aos valores mais baixos do trigo importado da Argentina e do Paraguai em comparação com o produto Estado. A demanda, por sua vez, está enfraquecida, limitada pelo fato de moinhos estarem abastecidos e pela baixa procura por farinhas. No Rio Grande do Sul, os preços se mantêm em alta e a liquidez está boa, devido à maior demanda para recompor estoques no Estado, devido à alta do preço do milho e à consequente maior procura pelo farelo de trigo.

Nos últimos sete dias, as cotações no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram alta de 0,29% no Rio Grande do Sul e de 0,77% em Santa Catarina. No Paraná, porém, os valores apresentam recuo expressivo de 4,09%. No mercado de lotes (negociação entre empresas), o avanço foi de 0,70% no Rio Grande do Sul. Em São Paulo, Paraná e Santa Catarina, os preços registraram baixas de 0,91%, de 0,78% e de 0,11%, respectivamente. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de maio, as compras brasileiras de trigo tiveram média diária de 28,32 mil toneladas, contra 23,36 mil toneladas no mesmo mês de 2020, elevação de 21,25%. Os preços de importação registram média de US$ 273,20 por tonelada FOB origem, 21,41% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 223,20 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 10 a 14 de maio, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 280,47 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,24, o cereal importado era negociado a R$ 1.472,28 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.659,25 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 262,70 por tonelada, o equivalente a R$ 1.379,02 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.585,51 por tonelada no Rio Grande do Sul. O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até a semana passada, 48% das lavouras de trigo de inverno dos Estados Unidos estavam entre condições boas e excelentes, 1% abaixo do registrado no período anterior. Em condições médias estavam 33% das lavouras, e entre ruins e muito ruins, 19%, leve piora em comparação ao período anterior. Para o trigo de primavera, o cultivo segue acelerado e já alcançou 85% da área estimada, contra 57% em 2020 e acima da média de 71% dos últimos cinco anos. Segundo informações divulgadas pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura de trigo na Argentina foi iniciada e atingiu 3,5% da área total, que está estimada em 6,5 milhões de hectares.

No país, a falta de umidade também atrasou as atividades no campo. Porém, a previsão de chuvas para os próximos dias deve favorecer as tarefas. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 2,8% nos últimos sete dias, a US$ 276,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta desvalorização de 4,7% nos últimos sete dias, a US$ 6,74 por bushel (US$ 247,74 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter acumula queda de 5,1%, a US$ 6,24 por bushel (US$ 229,28 por tonelada). A desvalorização do cereal está relacionada à previsão de chuvas nas Grandes Planícies norte-americanas, o que deve favorecer as lavouras de inverno e primavera. Além disso, o recuo também esteve relacionado à desvalorização do milho, pois ambos são utilizados na ração. Outro fator foi a alta do dólar nos últimos dias, o que reduz a atratividade das commodities norte-americanas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.