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17/Mai/2021

Preços do trigo firmes e comercialização pontual

O mercado interno de trigo não registra demanda expressiva e apenas interesse pontual de venda. A indústria moageira até sinaliza disposição de adquirir lotes, mas os produtores não cedem nas indicações. Essa resistência tende a se manter até que a nova safra tenha se desenvolvido no campo. No Paraná, o plantio avança e 9% da área está semeada. No Rio Grande do Sul, os produtores ainda preparam o solo para receber as sementes. No Paraná, na região dos Campos Gerais, há registro de negócios pontuais a R$ 1.680,00 por tonelada posto em indústria de Ponta Grossa, para entrega imediata e pagamento no fim de junho. A indicação de compra registra aumento de R$ 30,00 por tonelada ante os R$ 1.650,00 por tonelada indicados pelos moinhos na semana anterior. Com o dólar caindo um pouco, o comprador tenta pressionar os preços. Mas, apenas poucos produtores cedem. Os vendedores continuam buscando ao menos R$ 1.700,00 por tonelada FOB na região.

Quanto à negociação antecipada da safra 2021, que entra no mercado a partir de setembro, não há indicações firmes da indústria. A última referência de compra era de R$ 1.300,00 por tonelada CIF, para entrega em outubro e pagamento em novembro, vista na semana anterior. Os vendedores não têm interesse em negociar a nova safra e indica no mínimo R$ 1.500,00 por tonelada para colheita nova. No Rio Grande do Sul, a maior demanda de cereal pela indústria de ração também contribui para travar os negócios entre produtores e moinhos. Os moinhos indicam R$ 1.600,00 por tonelada FOB na Serra Gaúcha, para retirada e pagamento imediatos, enquanto os produtores indicam entre R$ 1.660,00 e R$ 1.670,00 por tonelada, nas mesmas condições. A venda de trigo para ração torna-se mais vantajosa ao produtor. Existe resistência do produtor porque a indústria de ração está disposta a pagar mais, cerca de R$ 1.700,00 por tonelada de trigo, considerando milho na média de R$ 102,00 por saca de 60 Kg.

Os preços do trigo estão apoiados no teto das cotações do milho. A venda de trigo para ração traz outras vantagens ao produtor, além das financeiras: o fato de não haver necessidade de controle rigoroso de qualidade do cereal. O comprometimento do produtor com o pós-venda é muito maior com moinho que para ração, já que o fim é alimentação animal e não humana. Outro ponto que faz o vendedor segurar os lotes remanescentes são os custos elevados para armazenagem e manutenção do cereal estocado e considera que não vale a pena vender por menos de R$ 1.650,00 por tonelada, pois não compensa os custos que ele teve nesse período para guardar o cereal. Quanto ao trigo importado, o cereal argentino chega no Rio Grande do Sul entre R$ 1.660,00 e R$ 1.680,00 por tonelada posto indústria na Região Metropolitana de Porto Alegre, o que também ajuda a sustentar os preços do trigo local.

Em relação à comercialização antecipada da nova safra, que entra no mercado a partir de outubro, também não há interesse de venda por parte do produtor. O comprador de exportação indica entre R$ 1.200,00 e R$ 1.250,00 por tonelada, mas há indústria de ração indicando até R$ 1.400,00 por tonelada FOB para entrega entre outubro e novembro. As propostas, contudo, até o momento não são firmes. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), as chuvas que ocorreram ao longo da semana passada no Paraná favoreceram os trabalhos de campo. Até o dia 10 de maio, o plantio estava atrasado na comparação com a safra passada, mas parte do retardamento deve ter sido compensada. Boa parte da região que estava atrasada deve registrar avanços na semeadura depois das chuvas, especialmente no centro do Estado. As regiões norte e oeste, onde o plantio começa antes, registraram menor volume de chuvas.

Na região sudoeste, apesar da falta de chuvas, o zoneamento não começou, o que dá tempo para recuperar o déficit hídrico. Na região sul, o plantio sequer está no radar ainda. Os dados mais recentes do Deral/Seab apontam que a semeadura atingia 9% da área prevista até o dia 10 de maio. No Rio Grande do Sul, os produtores seguem preparando a área para implantação da nova safra, que deve começar em breve. Segundo a Emater-RS, o zoneamento climático permite, desde 10 de maio, o início da semeadura na região Celeiro e a partir de 20 de maio nas demais regiões, mas há tendência de concentração do plantio do cereal em partes do Estado em junho. Nas regiões de Ijuí e de Santa Rosa, os produtores iniciaram o manejo químico (dessecação) das áreas destinadas ao cultivo do cereal neste inverno. Na região de Bagé, os produtores intensificam a aquisição de insumos e o planejamento do cultivo da próxima safra. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.