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11/Mai/2021

Tendência de preços firmes para o trigo no Brasil

O tempo seco e previsões indicando apenas pouco volume de chuva para as próximas semanas têm deixado os produtores brasileiros em alerta. Esse clima desfavorável vem limitando a semeadura do cereal e prejudicando o início do desenvolvimento das lavouras já implantadas. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), as atividades de campo ocorrem em solo seco e somam 6% da área esperada. Além disso, 70% das lavouras apresentam condições médias, com emergência desuniforme e dificuldades na germinação. No Rio Grande do Sul, os produtores ainda estão com as atenções voltadas ao planejamento e à aquisição de insumos e ao preparo do solo. No geral, os elevados preços do trigo devem incentivar parte dos agricultores a elevar a área com o cereal. Com a disponibilidade baixa e os preços elevados, as negociações envolvendo trigo estão lentas no mercado interno.

Ainda assim, a demanda por parte de indústrias de rações apresenta sinais de reação. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram alta de 0,82% no Rio Grande do Sul e de 0,54% em Santa Catarina. No Paraná, os valores apresentam leve recuo de 0,07%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os avanços são de 2,46% em São Paulo, de 1,92% no Rio Grande do Sul, 1,18% em Santa Catarina e de 0,94% no Paraná. Relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até a semana do dia 2 de maio, 48% das lavouras de trigo de inverno dos Estados Unidos estavam entre condições boas e excelentes, 1% abaixo da semana anterior. Em condições médias estavam 33% das lavouras e entre ruins e muito ruins, 19%, leve piora em comparação com a semana anterior.

Para o trigo de primavera, o cultivo somava 49% da área estimada, contra 27% em 2020 e acima da média de 32% dos últimos cinco anos, evidenciando avanço acelerado. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires estimou produção da safra 2021/2022 em 19 milhões de toneladas, acima das 17 milhões de toneladas da temporada anterior. Esse resultado se deve à maior produtividade, tendo em vista que a área se manteve estável, em 6,5 milhões de hectares. Além disso, as exportações também devem se elevar, atingindo 12 milhões de toneladas de trigo. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil importou 467,757 mil toneladas de trigo em abril/2021, redução de 23,5% em relação ao mês anterior e queda de 37,5% em relação a abril/2020. Do total importado pelo Brasil, 92,7% vieram da Argentina, 3,6%, do Paraguai, 2,7%, do Uruguai e 0,86%, dos Estados Unidos.

Os preços de importação registraram média de US$ 269,17 por tonelada FOB origem, 3,5% acima dos preços de março/2021 e 25,5% superior aos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 214,55 por tonelada). Ao se considerar o dólar médio de R$ 5,57 em abril/2021, o custo médio da importação no mês passado foi de R$ 1.498,50 por tonelada FOB, 31% a mais que em abril/2020. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 26 a 30 e abril, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 272,91 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,41, o cereal importado era negociado a R$ 1.477,32 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.636,96 por tonelada.

Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 255,63 por tonelada, o equivalente a R$ 1.383,79 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.536,71 por tonelada no Estado. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram avanço de 5,5% nos últimos sete dias, a US$ 288,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Maio/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra valorização de 4,2% nos últimos sete dias, a US$ 7,73 por bushel (US$ 284,21 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta alta de 4,2% no mesmo comparativo, a US$ 7,27 por bushel (US$ 267,40 por tonelada). As altas do cereal estão relacionadas à queda do dólar (de quase 4% em sete dias), já que esse cenário favorece as exportações de commodities dos Estados Unidos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.