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10/Mai/2021

Tendência de preços firmes com vendedor retraído

Após meses de estoques alongados, a indústria moageira volta ao mercado sinalizando interesse por novos lotes de trigo. Na última semana, houve mais compradores no mercado spot. As fábricas tinham estoque relativamente grande de trigo. Agora, há uma mudança de cenário. Desde o dia 4 de maio, os moinhos têm intensificado os pedidos por lotes. Os produtores seguem firmes nos preços indicados, o que limita a comercialização. Os moinhos não queriam pagar os patamares atuais por cereal nacional, mas não há grande disponibilidade de trigo argentino e a indústria de ração já comprou bom volume de trigo, o que faz que eles repensem os valores indicados e reajustem preço da farinha para fechar a conta.

No Rio Grande do Sul, rodam volumes pouco expressivos, entre R$ 1.600,00 e R$ 1.700,00 por tonelada FOB Serra Gaúcha, para retirada e pagamento imediatos. Os contratos são feitos principalmente por moinhos com necessidade de abastecimento imediato. Também há registro de negócios entre R$ 1.600,00 e R$ 1.615,00 por tonelada FOB, para indústrias de ração animal. Considerando milho em média a R$ 100,00 por saca de 60 Kg, o trigo fica mais vantajoso, entre R$ 96,00 e R$ 97,00 por saca de 60 Kg. No Estado, os produtores estão preparando a área para implantação da nova safra, que deve começar nesta primeira quinzena de maio. As baixas temperaturas e a possibilidade de geada nos próximos dias contribuem para o preparo das áreas, favorecendo o manejo do solo e controle da incidência de pragas. Com o ciclo mais tardio de semeadura e colheita, a comercialização antecipada da safra também é mais lenta no Estado.

Não há indicação de preço por compradores e vendedores para lotes envolvendo cereal da próxima temporada (safra 2021). A retração se dá principalmente por parte do produtor que prefere focar no manejo das terras e esperar o desenvolvimento das lavouras para se posicionar. Os vendedores estão receosos em virtude dos problemas com a safra passada e bem capitalizados da soja e milho. Deve ocorrer volume menor de negócios futuros. Poderiam ser fechados contratos na média de R$ 1.300,00 por tonelada FOB com retirada em novembro. Mas os moinhos apenas especulam no momento e não há indicação firme.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, os compradores indicam R$ 1.700,00 por tonelada CIF, para entrega imediata e pagamento em 30 a 40 dias. O dólar caiu um pouco, mas o vendedor se mantém firme. Os vendedores buscam ao menos R$ 1.700,00 por tonelada FOB na região. A indicação de compra se mantém em R$ 1.700,00 por tonelada, pelos quais rodaram negócios pontuais na semana passada. Mas, os preços no CIF teriam de chegar entre R$ 1.730,00 e R$ 1.750,00 por tonelada para atrair interesse de venda. Há pouca oferta do cereal. Alguns produtores ainda estão colhendo milho e não podem mexer com o trigo, ou estão expedindo soja. Os compradores reclamam, por outro lado, da dificuldade de repassar os custos da matéria-prima para os preços da farinha. Também seguem recebendo trigo importado. Na região, o cereal argentino chega por R$ 1.690,00 por tonelada.

Quanto à negociação antecipada da safra 2021, que entra no mercado a partir de setembro, os moinhos indicam R$ 1.300,00 por tonelada, para entrega em outubro e pagamento em novembro na região de Ponta Grossa, valor estável nos últimos sete dias. Os vendedores indicam R$ 1.500,00 por tonelada. O clima seco no Estado pode levar os produtores a adiar as vendas. Na região norte do Paraná pode haver incremento no plantio por parte de produtores que não conseguiram semear milho 2ª safra de 2021 após os atrasos na soja. O plantio no Paraná segue em ritmo lento e atrasado em relação à temporada passada.

O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) estima que a semeadura das lavouras alcançou 6% da área prevista para o Estado, de 1,142 milhão de hectares, até o dia 3 de maio. São lavouras que foram semeadas sem boas condições de umidade, na expectativa de chuva. São problemas ainda contornáveis, caso chova. Porém, a escassez pluviométrica prevista para maio aumenta a apreensão dos produtores. Os municípios aptos ao plantio do cereal no Estado ainda têm cerca de 14 dias para realizar a semeadura dentro do zoneamento agrícola. No entanto, a preferência dos produtores é antecipar ao máximo a introdução do trigo, evitando um confronto da maturação deste com o período apto ao plantio da safra de verão (1ª safra 2021/2022). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.