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03/Mai/2021

Preços do trigo firmes com a comercialização lenta

A comercialização de trigo no mercado interno continua lenta. Nos últimos dias da semana passada, nem mesmo o avanço dos preços do cereal foi suficiente para deslanchar os negócios no spot nas principais regiões. No Paraná, nos últimos sete dias, as cotações registram alta de R$ 50,00 por tonelada, enquanto no Rio Grande do Sul, a alta está entre R$ 20,00 e R$ 30,00 por tonelada. Os valores nominais estão sendo puxados por moinhos que demandam cereal para abastecimento imediato e ajustam preços para atender à pedida do vendedor. Mesmo com o dólar mais baixo e o trigo importado mais barato, o comprador que precisa do grão nacional para mescla não tem o que fazer. No Paraná, na região dos Campos Gerais, a indicação de fábrica é de R$ 1.700,00 por tonelada posto em Ponta Grossa, para entrega em maio e pagamento no início de junho. Na semana anterior, o preço médio indicado era de R$ 1.650,00 por tonelada nas mesmas condições. Alguns vendedores, contudo, indicam R$ 1.700,00 por tonelada FOB. A maioria dos vendedores já liberou espaço necessário nos armazéns para entrada de soja e milho e, por isso, não cede na pedida dos lotes remanescentes. Os produtores também vão receber recursos da venda de soja e milho.

No Rio Grande do Sul, na região da Serra Gaúcha, operadores relatam que o mercado estava mais ativo no início da semana passada, com efetuação de contratos de volumes até expressivos. Contudo, foi esfriando no decorrer dos dias. Há registro de negócios a R$ 1.650,00 por tonelada para trigo pão e a R$ 1.700,00 por tonelada para trigo branqueador CIF moinho para entrega imediata, ante R$ 1.630 e R$ 1.650 por tonelada indicados, respectivamente, na semana anterior. A demanda parte tanto da indústria moageira como da de alimentação animal, que compra o cereal para ração. As indústrias de ração estão mais ativas nas compras, o que vai aumentar a concorrência para os moinhos por trigo durante a entressafra. A desvalorização do dólar ante o Real afastou um pouco os moinhos dos negócios, mas estes devem retomar o apetite por novas compras em breve diante da perspectiva de aperto na oferta. Os moinhos diminuíram a intenção de compra com a queda do dólar porque esperam melhor paridade do importado com o nacional e, quando os valores são semelhantes, eles preferem o importado. O cereal argentino chega ao moinho na região de Porto Alegre, em média, a US$ 310,00 por tonelada.

A comercialização antecipada da nova safra, que entra no mercado a partir de setembro, também é lenta. No Paraná, na região dos Campos Gerais, os compradores indicam em média R$ 1.300,00 por tonelada CIF moinho, para entrega em outubro e pagamento no começo de novembro. Entretanto, os produtores não mostram interesse de venda e indicam entre R$ 1.500,00 e R$ 1.600,00 por tonelada nos mesmos prazos. Os entraves dos negócios acompanham o baixo ritmo de plantio da safra 2021 no Estado, que continua atrasado em relação ao ano anterior, em virtude da estiagem. Os produtores estão preocupados, pois não há previsão de chuvas significativas para as próximas semanas, e a umidade do solo segue baixa para a semeadura do cereal. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), os municípios já aptos ao plantio têm mais 20 dias para realização da semeadura dentro do zoneamento. Porém, quanto mais tardio o plantio, maior a possibilidade de sobreposição do ciclo do trigo com o início do plantio de soja, o que faz com que os agricultores estejam ansiosos para semear. Apesar do atraso nos trabalhos de campo, o Deral elevou a estimativa de área plantada de 1,14 milhão de hectares para 1,16 milhão de hectares, 3% superior ao semeado em 2020.

No Rio Grande do Sul, que semeia a cultura mais tarde, a partir de maio, os produtores intensificam o preparo das lavouras para implantação do cereal. Segundo a Emater-RS, os produtores estão dando prioridade à escolha e aquisição de insumos. Embora estejam com preços elevados, o custo total da produção da cultura para esta safra é inferior ao apurado na safra 2020, devido à valorização do produto no preço pago aos produtores. As lavouras da região das Missões estão com os preparativos mais avançados para o início da semeadura. As baixas temperaturas que ocorreram na última semana no Estadão são favoráveis para o cereal. As vendas estão em compasso de espera. Há registro de negócios a R$ 1.300,00 por tonelada FOB Serra Gaúcha, para retirada em outubro e novembro. Os produtores indicam R$ 1.400,00 por tonelada FOB. Os compradores não conseguem atingir esse nível, tanto indústria nacional quanto importador para ração. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.