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27/Abr/2021

Tendência é de preços sustentados para trigo grão

Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram alta de 1,97% no Paraná e de 0,88% em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, o preço apresenta queda de 0,75%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os avanços são de 1,19% no Rio Grande do Sul e de 0,18% no Paraná. Em Santa Catarina e São Paulo, os valores acumulam recuo de 0,25% e 0,47%, nesta ordem. Apesar do patamar recorde nominal, as negociações do cereal no mercado interno seguem lentas. Parte dos agentes acredita que o preço do trigo pode se enfraquecer apenas quando os valores do milho recuarem, já que ambos são utilizados para ração. No Paraná, como a disponibilidade de trigo da safra passada é baixa, alguns demandantes importam o cereal da Argentina e/ou do Paraguai.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de abril, as importações de trigo apresentam média diária de 26,64 mil toneladas, contra 37,4 mil toneladas no mesmo mês de 2020, forte redução de 28,78%. Isso porque os preços de importação estão elevados, com média de US$ 265,10 por tonelada FOB origem, 23,57% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 214,50 por tonelada). Segundo o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até a semana do dia 18 de abril, 53% das lavouras de trigo de inverno estavam entre condições boas e excelentes, 30%, em médias e, 17%, entre ruins e muito ruins. Para o trigo de primavera, o cultivo soma 19% da área estimada, contra 7% em 2020 e acima da média de 12% dos últimos cinco anos.

Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a semeadura da safra 2021/2022 de trigo, programada para ser iniciada em maio, deve atingir 6,5 milhões de hectares, elevação de 6,6% frente à média dos últimos cinco anos. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 3,4% nos últimos sete dias, a US$ 275,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o contrato Maio/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta valorização de expressivos 8,9%, a US$ 7,10 por bushel (US$ 260,97 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de fortes 10,5%, a US$ 6,73 por bushel (US$ 247,38 por tonelada). Ambos representaram a máxima para o vencimento Maio/2021. As altas continuam atreladas ao frio e a geadas em importantes áreas produtoras dos Estados Unidos, o que pode prejudicar as lavouras de inverno e atrasar a safra de primavera.

Além disso, a desvalorização do dólar favorece a negociação de commodities norte-americanas no mercado externo. Segundo o USDA, até o dia 15 de abril, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2020/2021) somavam 22,02 milhões de toneladas, volume apenas 0,09% superior ao escoado no mesmo período do ano passado. Na semana do dia 15 de abril, especificamente, foram exportadas 613,595 mil toneladas, quantidade expressivamente superior à da semana anterior (461,368 mil toneladas) e 21,21% acima do registrado em período equivalente de 2020 (de 506,217 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Filipinas (131,001 mil toneladas), Tailândia (108,510 mil toneladas) e China (66,006 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.