26/Abr/2021

Os preços do trigo se mantêm firmes no mercado interno. No Paraná, as indicações de compra permanecem estáveis na última semana na comparação com a semana anterior, enquanto no Rio Grande do Sul avançaram entre R$ 20,00 e R$ 30,00 por tonelada FOB. Apesar do aumento dos preços, os produtores não cedem na pedida e a falta de acordo sobre preço limita a comercialização. No Paraná, a indústria moageira continua bem abastecida e adquire apenas lotes para demanda imediata ou reposição de estoques. Na região dos Campos Gerais, a indicação de compra está entre R$ 1.600,00 a R$ 1.650,00 por tonelada CIF Ponta Grossa, com entrega imediata e pagamento em 30 dias, valores estáveis ante a semana anterior. Entretanto, os vendedores seguem em busca de R$ 1.700,00 por tonelada após terem negociado volumes por R$ 1.600,00 por tonelada há três semanas.

Não tem muita oferta, trigo praticamente acabou. Os moinhos argumentam que trigo de fora do País chegaria mais barato e que não conseguem repassar os valores atuais para a farinha. O agente estima que a referência de compra do trigo importado ficaria em torno de US$ 305,00 por tonelada no Porto de Paranaguá. O plantio da nova safra, que entra no mercado a partir de setembro, continua incipiente no Estado e ainda não atingiu 1% da área prevista, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). A baixa precipitação tem preocupado os produtores do Estado e limita o avanço dos trabalhos de campo. Diante das dúvidas quanto à semeadura, a comercialização futura da safra 2021 não deslancha. Não há novas indicações de compra. Na semana anterior, a indicação estava entre R$ 1.200,00 e R$ 1.300,00 por tonelada, para entrega em outubro e pagamento em novembro, sem interesse de venda. A indicação de venda estava entre R$ 1.500,00 e R$ 1.600,00 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, os moinhos ajustaram preços na tentativa de fechar contratos, mas rodam apenas volumes pontuais. Os moinhos puxam o preço para buscar uma reação do mercado, mas não resulta em oferta firme. A indicação de compra é de R$ 1.570,00 por tonelada FOB, para retirada e pagamento em maio na Serra Gaúcha, ante R$ 1.550,00 por tonelada proposto na semana anterior. Os produtores indicam R$ 1.600,00 por tonelada e não cedem. Há apenas 400 mil toneladas remanescentes da última safra. A alta do custo logístico no Estado, em virtude da colheita e escoamento da soja, também tem contribuído para inviabilizar os negócios, já que eleva a despesa final com trigo para o moinho.

O cereal argentino chega no Estado a US$ 293,00 por tonelada no Porto de Rio Grande, valor estável em relação à semana anterior. Na região de Passo Fundo, os moinhos indicam R$ 1.560,00 por tonelada FOB, para retirada imediata e pagamento em 35 dias. A maior parte dos compradores deve voltar a adquirir o cereal só em maio, porque está abastecida. Os vendedores, por sua vez, indicam R$ 1.600,00 por tonelada. Para a próxima safra, os compradores indicam entre R$ 1.310,00 e R$ 1.320,00 por tonelada posto no Porto de Rio Grande, para entrega em novembro e pagamento em dezembro (para exportação). As indústrias de ração animal também se interessam por lotes para entrega futura, mas não há propostas firmes. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.