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20/Abr/2021

Tendência é de alta dos preços do trigo no Brasil

A semeadura da nova safra de trigo foi iniciada em algumas poucas áreas do Paraná. No geral, as atividades ainda são lentas devido ao baixo volume de chuva. Informações do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicam que, até o dia 15 de abril, quase 1% da área destinada ao cereal havia sido semeada. Para esta semana, a semeadura pode ganhar um pouco de ritmo com as chuvas pontuais no último final de semana. Ressalta-se que parte dos produtores do Paraná optou pelo cultivo do milho 2ª safra em detrimento do trigo, atraídos pelo preço recorde do cereal no mercado brasileiro. No Rio Grande do Sul, a semeadura do trigo deve ser iniciada apenas na segunda quinzena de maio.

Por enquanto, os produtores têm realizado os planejamentos e a compra de insumo da safra. De acordo com a Emater-RS, a área destinada ao cereal deverá aumentar neste ano frente à anterior nas regiões de Santa Rosa e Pelotas. Segundo o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 11 de abril, 53% das lavouras de trigo de inverno estavam entre condições boas e excelentes, o mesmo percentual da semana anterior. Em condições médias estavam 30% das lavouras, e entre condições ruins e muito ruins, 17%. Para o trigo de primavera, o cultivo somava 11% da área estimada, contra 6% em 2020.

No Brasil, nos últimos sete dias, os valores do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram alta de 1,65% no Rio Grande do Sul, 1,64% no Paraná e 0,85% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociação entre empresas), os avanços foram de 1,04% no Rio Grande do Sul e de 1,04% no Paraná. Em Santa Catarina e São Paulo, os valores apresentam queda de 0,35% e 0,24%, nesta ordem. No geral, as negociações estão lentas no Brasil, limitadas pelos elevados preços. Enquanto os produtores se mostram capitalizados, os moinhos indicam estar abastecidos. A menor demanda por derivados também é um fator que reforça a baixa liquidez.

Em relação à safra 2021, são poucos os contratos a termo que vêm sendo efetivados e a preços relativamente firmes para o segundo semestre. A menor oferta brasileira do cereal e os preços externos mais atrativos que no Brasil, especialmente do Paraguai e da Argentina, mantêm agentes brasileiros atentos ao dólar. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de abril, as importações de trigo apresentaram média diária de 21,18 mil toneladas, contra 37,4 mil toneladas no mesmo mês de 2020, redução notável de 43,36%. Os preços de importação registram média de US$ 266,80 por tonelada FOB origem, 24,37% acima dos verificados no mesmo período de 2020 (US$ 214,50 por tonelada).

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram alta de 1,9% nos últimos sete dias, a US$ 266,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Maio/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra valorização de 2,2% nos últimos sete dias, a US$ 6,52 por bushel (US$ 239,75 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta alta de 3,9% no mesmo período, a US$ 6,09 por bushel (US$ 223,86 por tonelada). As altas estão atreladas à previsão de frio em importantes áreas produtoras dos Estados Unidos, que pode prejudicar o desenvolvimento do cereal de inverno.

Segundo o USDA, até o dia 8 de abril, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2020/2021) somavam 21,4 milhões de toneladas, volume apenas 0,42% inferior ao escoado no mesmo período do ano passado. Na semana do dia 8 de abril, especificamente, foram exportadas 458,432 mil toneladas, quantidade expressivamente inferior à embarcada na semana anterior (635,487 mil toneladas) e 30,7% abaixo do registrado em período equivalente de 2020 (de 662,173 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos foram Filipinas (108,230mil toneladas), China (67,999 mil toneladas) e Coreia do Sul (67,400 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.