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19/Abr/2021

Preços do trigo em alta com os vendedores firmes

Os preços do trigo avançaram no mercado interno na última semana. Além da pressão da entressafra, o aumento deve-se ao ajuste nas indicações de compra frente às pedidas de vendedores para fechar contratos. Os volumes, contudo, são pouco expressivos. Os moinhos estão bem abastecidos e adquirem apenas lotes para demanda imediata ou reposição de estoques. No Paraná, há registro de negócios a R$ 1.650,00 por tonelada colocada em moinho na região de Ponta Grossa e Curitiba e a R$ 1.600,00 por tonelada FOB. Na semana anterior, ocorrem negócios entre R$ 1.600,00 por tonelada e a R$ 1.620,00 por tonelada CIF Ponta Grossa. Alguns vendedores indicam até R$ 1.700,00 por tonelada. Mas, a maioria está fora do mercado porque carrega soja e milho agora. A cotação do cereal importado também tem avançado no Paraná.

O trigo importado chega no Estado por US$ 302,00 por tonelada posta no Porto de Paranaguá, US$ 2,00 por tonelada a mais que na semana anterior. Ocorrem apenas negócios da mão para a boca. A maior parte da indústria está com estoque alongado, tanto de importado quanto de nacional, até fim de maio e início de junho. No Rio Grande do Sul, há registro de negócios a R$ 1.525,00 por toneladas FOB Passo Fundo, ante valores entre R$ 1.480,00 e R$ 1.500,00 por tonelada nas mesmas condições vistas na semana passada. A compra foi feita por moinhos da região da Serra que precisavam de abastecimento imediato. Poucos compradores ajustaram preço para fechar o negócio. A maioria afirma ter interesse apenas a partir da segunda quinzena de maio. A disputa quanto ao preço continua. O produtor que não tem necessidade de vender agora segura a oferta para buscar valores mais elevados.

Tem surgido interesse de compra de trigo por compradores de milho, como granjas e indústrias de esmagamento. Isso ocorre pelo aumento da cotação do milho e vai aumentar a competitividade do moinho por trigo. A comercialização antecipada da próxima safra, que entra no mercado a partir de setembro, também não avança. No Paraná, na região dos Campos Gerais, os moinhos indicam entre R$ 1.200,00 e R$ 1.300,00 por tonelada FOB, para retirada em outubro e pagamento em novembro, ante entre R$ 1.100,00 e R$ 1.200,00 por tonelada da semana anterior. Os produtores indicam R$ 1.600,00 por tonelada nas mesmas condições. No Rio Grande do Sul, não há indicação de compra nem de venda para lotes da próxima temporada. O plantio da próxima safra segue em ritmo lento no Paraná.

Os trabalhos de campo começaram pela região norte na semana anterior, mas, em virtude do clima seco, a semeadura não atingiu sequer 1% da área prevista pelo Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Apesar do zoneamento englobar a maior parte dos municípios da metade norte do Estado desde 1º de abril, choveu pouco nesta primeira quinzena do mês, impossibilitando a melhora do ritmo da semeadura. O atraso na semeadura ainda não configura um problema para a produção, mantendo expectativa de boa produtividade. Prova disso é a safra de 2016, também com menos de 1% plantada no dia 18 de abril, resultando na produtividade recorde do Estado: mais de 3.000 quilos por hectare. Além das condições climáticas desfavoráveis, muitos produtores dos municípios aptos a plantar o trigo em abril optaram pelo milho de 2ª safra. O Rio Grande do Sul, por sua vez, começa a semeadura em maio. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.