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06/Abr/2021

Tendência de preços firmes para o trigo no Brasil

As negociações no mercado de trigo finalizaram o mês de março em ritmo lento, com produtores ainda envolvidos na colheita e na armazenagem da safra verão (1ª safra 2020/2021) no País. Além disso, agentes estiveram atentos aos dados sobre áreas de produção na Argentina e nos Estados Unidos. No final de março, restrições de comércio em várias cidades e o feriado religioso também influenciaram a baixa liquidez no Brasil. Mesmo assim, os preços mantiveram-se firmes, resultando em aumento na média mensal. Em março, o preço médio do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) do Rio Grande do Sul foi de R$ 1.453,87 por tonelada, avanços de 0,6% frente ao preço de fevereiro/2021 e de expressivos 61,9% em relação a março/2020. No Paraná, a média foi de R$ 1.523,69 por tonelada, altas de 2,2% em um mês e de 45,7% em um ano. Em Santa Catarina, o preço médio do trigo foi de R$ 1.527,35 por tonelada, respectivos aumentos de 1,5% e de 61,6%.

Em São Paulo, a média foi de R$ 1.559,67 por tonelada, elevações de 2,2% frente à média de fevereiro/2021 e de 45,6% na comparação com março/2020. Nos últimos sete dias, especificamente, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os valores registram alta de 4,06% no Paraná, 1,85% no Rio Grande do Sul e 1,74% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os avanços são de 1,97% no Paraná, de 0,6% em São Paulo e de 0,17% em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, o valor apresenta queda de 0,04%. De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura da Argentina, a safra 2021/2022 do país deve somar mais de 20 milhões de toneladas de trigo, com a área destinada ao cereal superando 7 milhões de hectares. Na safra anterior (2020/2021), a produção argentina foi de 17 milhões de toneladas, e a área, de 6,5 milhões de hectares.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que a estimativa de área de trigo nos Estados Unidos em 2021/2022 pode crescer 5% em comparação à safra passada, atingindo 18,8 milhões de hectares. Mesmo assim, representará a quarta menor área já cultivada com trigo no país. Na safra de inverno, foram semeados 13,4 milhões de hectares, alta de 9% em relação ao ano anterior. Para a safra de primavera, a área é estimada em 4,73 milhões de hectares, redução de 4% frente a 2020. Outros cerca de 643 mil hectares devem ser cultivados com trigo durum, queda de 9% sobre 2020. Quando avaliados os estoques de trigo do país norte-americano, até o dia 1º de abril, estes somavam 35,65 milhões de toneladas, baixa de 7% em relação ao mesmo período de 2020. Deste total, 21,4% estavam nas fazendas e 78,6%, fora das fazendas. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o Brasil importou 611,4 mil toneladas de trigo em março, queda de 7,3% em relação a março/2020.

Os preços de importação registraram média de US$ 260,30 por tonelada FOB origem, 21,7% acima dos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 213,90 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 22 a 26 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 266,43 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,58, o cereal importado era negociado a R$ 1.487,44 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.534,17 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 249,57 por tonelada, o equivalente a R$ 1.393,35 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.455,19 por tonelada no Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no porto de Buenos Aires registram recuo de 1,1% nos últimos sete dias, para US$ 265,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, o contrato Maio/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra desvalorização de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 6,11 por bushel (US$ 224,50 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta queda de 0,6% no mesmo comparativo, a US$ 5,65 por bushel (US$ 207,60 por tonelada). As quedas nas cotações estão atreladas às expectativas de aumentos na produção e na área plantada com o cereal nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados (USDA), até o dia 25 de março, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2020/2021) somavam 20,3 milhões de toneladas, volume apenas 0,88% inferior ao escoado no mesmo período do ano passado. Na semana do dia 25 de março, foram exportadas 302,188 mil toneladas, quantidade expressivamente inferior à embarcada na semana anterior (653,755 mil toneladas) e 21,7% menor que a da mesma semana de 2020 (de 385,957 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Nigéria (80,5087 mil toneladas), Filipinas (58,326 mil toneladas) e Japão (30,565 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.