05/Abr/2021

A negociação de trigo no mercado interno continua arrefecida. A indústria segue na expectativa da melhora no consumo de derivados de trigo e os produtores não abrem mão dos preços pedidos. Para adquirir novos lotes do cereal, os moinhos, que estão abastecidos, esperam a demanda dar sinais de melhora diante da chegada do outono e de nova rodada de pagamento de auxílio emergencial. No Rio Grande do Sul, há indicação de compra a R$ 1.470 por tonelada no spot. No Paraná, as ofertas também continuam em níveis elevados. No Paraná, na região dos Campos Gerais, o movimento é pontual. Muitos vendedores não podem movimentar o trigo ao mesmo tempo que a soja e o milho, o que limita as transações. Os produtores pedem R$ 1.600 a tonelada para retirada imediata e pagamento em 30 dias, enquanto os compradores oferecem entre R$ 1.520 a tonelada a R$ 1.530 a tonelada posto Ponta Grossa, nos mesmos prazos.

Para entrega em abril e pagamento no fim de abril, os moinhos oferecem R$ 1.600 a tonelada. Os negócios saem da mão para a boca, nos níveis pedidos pelos vendedores. Para voltar a comprar, muitos moinhos aguardam um recuo nos fretes após o pico de movimentação de soja e milho. No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, a referência de compra é de R$ 1.470 a tonelada posto moinho, com entrega em maio e pagamento em 35 dias, R$ 20 por tonelada a mais que o oferecido na semana anterior. O vendedor pede entre R$ 1.500 a R$ 1.600 a tonelada FOB. O mercado está lento, pois os compradores deverão procurar trigo apenas a partir da segunda quinzena de maio. A procura por lotes com prazo maior de entrega ocorre também em virtude dos estoques alongados dos moinhos, diante da estagnação nas vendas de farinha.

Quanto ao cereal importado, a queda recente do dólar fez o preço do trigo argentino se aproximar do nacional, diminuindo a paridade. O trigo de origem paraguaia continua chegando competitivo em moinhos paulistas. No Porto de Paranaguá, há lotes ofertados de US$ 302 a tonelada, mas o preço deverá subir nesta semana, após as altas das cotações futuras nas bolsas de Chicago e Kansas. A comercialização antecipada envolvendo lotes da próxima safra 2021 também avança pouco. No Paraná, na região de Campos Gerais, a indicação do comprador está entre R$ 1.000 e R$ 1.100 a tonelada com entrega para novembro e pagamento em dezembro, mas não são reportados negócios. No Rio Grande do Sul, que colhe a safra mais tarde, não há interesse de compra e nem de venda em contratos para a próxima temporada. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.