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30/Mar/2021

Tendência de preços firmes para o trigo em grãos

As negociações envolvendo trigo ainda estão lentas no País. Os vendedores têm maior interesse em negociar o cereal em estoque, tendo em vista que precisam disponibilizar espaço nos armazéns para recebimento da oferta da safra de verão (1ª safra 2020/2021). Do lado da demanda, os moinhos sinalizam estarem abastecidos e há baixa procura por derivados. Apesar desse cenário, as cotações seguem firmes. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os valores registram alta de 1,99% no Paraná, 0,87% em Santa Catarina e 0,36% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os avanços são de 0,4% em São Paulo e de 0,29% no Paraná. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os valores apresentam queda de 0,77% e 0,04%, respectivamente.

Na parcial deste mês, o preço médio do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) em São Paulo está em R$ 1.556,16 por tonelada, elevações de 1,9% frente à de fevereiro/2021 e de 45,3% em relação ao preço médio de março/2020, em termos nominais. No Paraná, a média está em R$ 1.517,35 por tonelada, altas de 1,8% em um mês e de 45,1% em um ano. Em Santa Catarina, o preço médio do trigo está em R$ 1.527,79 por tonelada, respectivos aumentos de 1,6% e de 61,7%, em termos nominais. No Rio Grande do Sul, a média de março está em R$ 1.453,29 por tonelada, avanços de 0,5% frente à média de fevereiro/2021 e de expressivos 61,9% em relação a março/2020, também em termos nominais. Dados divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) preveem produção de 3,77 milhões de toneladas na safra 2020/2021 do Paraná, a ser colhida em 2021, aumento de 21,07% em comparação à anterior.

A área produtiva projetada também foi elevada e deve atingir 1,14 milhão de hectares, 1,6% maior que na temporada 2019/2020. A semeadura do cereal no Estado está programada para começar a partir de abril. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de março, as compras externas de trigo apresentaram média diária de 31,97 mil toneladas, contra 29,98 mil toneladas no mesmo mês de 2020, ou seja, elevação de 6,63%. Os preços de importação registram média de US$ 261,70 por tonelada FOB origem, 22,35% acima dos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 213,90 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 15 a 19 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 270,33 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,58, o cereal importado era negociado a R$ 1.496,17 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.518,89 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 253,30 por tonelada, o equivalente a R$ 1.401,60 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.460,96 por tonelada no Rio Grande do Sul. Dados do Ministério da Agroindústria da Argentina indicam que as cotações FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis em US$ 268,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Maio/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra desvalorização de 2,2%, a US$ 6,21 por bushel (US$ 225,33 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta recuo de 2,9%, a US$ 5,68 por bushel (US$ 208,80 por tonelada) no mesmo comparativo.

As quedas nas cotações estão atreladas ao fortalecimento do dólar no mercado internacional, o que reduz a competitividade do cereal norte-americano, e à previsão de chuvas nas Grandes Planícies dos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 18 de março, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2020/2021) somavam 19,95 milhões de toneladas, volume apenas 0,01% inferior ao escoado no mesmo período do ano passado. Apesar disso, na semana do dia 18 de março, foram exportadas 648,485 mil toneladas, quantidade expressivamente maior (82,94%) que a embarcada na mesma semana de 2020 (de 354,466 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Bangladesh (116,570 mil toneladas), Japão (81,837 mil toneladas) e China (68,249 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.