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16/Mar/2021

Tendência é de preços firmes para trigo em grãos

As negociações envolvendo trigo estão lentas no Brasil. De um lado, os compradores estão afastados do mercado, no aguardo do enfraquecimento do dólar frente ao Real, o que reduziria a paridade de importação e os custos com as compras externas. Além disso, demandantes estão incertos quanto aos impactos sobre o mercado das novas medidas de isolamento para conter o avanço nos casos de coronavírus. Os produtores, por sua vez, estão focados na colheita da safra de verão (1ª safra 2020/2021) e no cultivo da 2ª safra de 2021. A partir de abril, os produtores devem iniciar a semeadura do trigo. Quanto aos preços, seguem firmes. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram alta de 1,26% no Paraná, 0,84% em Santa Catarina e 0,63% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os avanços foram de 1,4% em São Paulo, de 0,93% em Santa Catarina, de 0,4% no Rio Grande do Sul e de 0,04% no Paraná.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a primeira semana de março, as compras externas de trigo apresentavam média diária de 33,39 mil toneladas, contra 29,298 mil toneladas no mesmo mês de 2020, elevação de 11,38%. Os preços de importação registram média de US$ 60,10 por tonelada FOB origem, 21,59% acima dos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 213,90 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 1º a 5 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 270,97 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,65, o cereal importado era negociado a R$ 1.533,00 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.500,80 por tonelada.

Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 253,90 por tonelada, o equivalente a R$ 1.436,40 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.443,17 por toneladas no Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que ocorrerá reajuste dos preços mínimos de trigo em grão entre julho de 2021 e junho de 2022. Essas medidas, entretanto, devem ser oficialmente divulgadas nos próximos meses, junto com o Plano Safra para a nova temporada, quando boa parte das áreas com trigo já deverá estar cultivada. Dados divulgados na semana passada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mantiveram as estimativas apresentadas no levantamento anterior, indicando que a área nacional de trigo deve crescer 2,1% neste ano e a produtividade, 1,1%.

Com isso, a produção é estimada em 6,4 milhões de toneladas, aumento de 3,3% frente à temporada anterior. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram queda nos últimos sete dias, indo para US$ 266,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Março/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registram queda de 3,4% nos últimos sete dias, a US$ 6,31 por bushel (US$ 232,13 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter recuou 3,6%, a US$ 5,95 por bushel (US$ 218,63 por tonelada) no mesmo comparativo. As quedas das cotações ainda são relacionadas à valorização da moeda norte-americana, que reduz a atratividade da commodity dos Estados Unidos. Além disso, a expectativa de chuva na região sul das Grandes Planícies norte-americanas, aumentando a umidade local, também pressionou os preços.

Dados divulgados neste mês pelo USDA indicam que a produção mundial em 2020/2021 deve aumentar leve 0,4% em relação ao relatório anterior e 1,7% frente à safra 2019/2020, somando 776,778 milhões de toneladas. A elevação esteve atrelada à safra recorde na Austrália. Quanto ao consumo, houve aumento de 0,9% entre as estimativas de fevereiro e março e de 3,9% de 2019/2020 para 2020/2021, atingindo 775,885 milhões de toneladas. Esse reajuste permanece justificado pelo maior consumo por parte da China, para alimentação animal e uso residual. Na análise dos estoques mundiais, houve redução de 1% frente ao relatório de fevereiro, mas aumento de 0,3% sobre a safra passada, indo para 301,187 milhões de toneladas. Assim, a relação estoque/consumo permanece em queda, indo de 39,5% para 38,8%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.