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09/Mar/2021

Preços do trigo firmes estimulam aumento da área

Os preços firmes do trigo no mercado interno, com alta acumulada de 50% em um ano, devem estimular o plantio da safra 2021. Ainda que os levantamentos oficiais só devam ser divulgados a partir de abril, representantes do setor produtivo estimam crescimento de até 10% na área plantada no País. Na Região Sul, que concentra a produção, a semeadura começa em abril pelo Paraná e segue para o Rio Grande do Sul, onde os trabalhos se encerram em julho. No Paraná, a Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar) projeta incremento de área de 5% a 10%. O são dos preços remuneradores do grão. O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura (Seab), observa, no entanto, que as cotações do milho também são um estímulo para o investimento da 2ª safra do cereal.

O milho subiu 83%, enquanto o trigo avançou 50%. Quem puder vai preferir semear milho a trigo. O trigo deve se expandir mais ao sul do Estado, onde o milho estaria mais vulnerável ao rigor do inverno. Nas regiões norte e oeste, o produtor já se decidiu pela semeadura do milho 2ª safra de 2021. Considerando esse quadro, o aumento da lavoura do trigo será modesto. A estimativa preliminar será divulgada pelo Deral/Seab em 25 de março. Ainda assim, a área de 2021 deve ser maior que a da safra anterior, ultrapassando novamente 1,1 milhão de hectares. Deve haver uma transferência de área do milho 2ª safra para o trigo do Paraná, por conta do atraso na safra de verão (1ª safra 2020/2021).

Pode haver alta de 10% na área semeada com trigo, para 1,23 milhão de hectares, o que renderia produção de 3,63 milhões de toneladas, considerando produtividade de 2,9 toneladas por hectare. No caso do Rio Grande do Sul, segundo maior produtor nacional de trigo, deve haver incremento de 10% na área, para 1,05 milhão de hectares. No Estado, a situação é mais definida, já que lá o trigo não concorre com milho 2ª safra, devido às baixas temperaturas. A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) estima crescimento de 11% na área ocupada com trigo, para 1,05 milhão de hectares ante 945 mil hectares semeados em 2020 e colheita de 2,3 milhões de toneladas.

O produtor está capitalizado com a boa rentabilidade da safra de verão (1ª safra 2020/2021) e otimista com o cenário firme para o trigo. Não seria uma surpresa se a área ficar próxima a 1,2 milhão de hectares. Vai depender da quantidade de semente disponível. A previsão da Farsul está em linha com a da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), que projeta aumento de 10% na área plantada com o cereal no Estado, para 1,02 milhão de hectares. Em São Paulo, que vem ampliando as lavouras tritícolas nos últimos anos, a Câmara Setorial do Trigo do Estado prevê que a área com o grão cresça entre 10% e 15% na próxima safra. A produção no Estado atingiria 340 mil toneladas, ante 300 mil toneladas colhidas na temporada passada. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.