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09/Mar/2021

Tendência de preços firmes para o trigo no Brasil

Neste início de março, os agentes apostam que os preços maiores desta temporada e os atrasos na colheita da soja e na semeadura do milho devem aumentar a área cultivada com trigo no País. Assim, com agentes focados nas atividades de campo de outras culturas, o mercado segue lento. De outro lado, há incertezas quanto aos impactos causados pela restrição de mobilidade em algumas regiões do País, diante do aumento dos registros de Covid-19. Sobre a oferta da temporada 2021, ainda não há dados oficiais para o contexto nacional; porém, há uma estimativa para o estado de São Paulo, divulgada pelo Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo), de possível aumento na área plantada de até 15% em 2021.

No entanto, ainda não foram divulgados dados para o Paraná, o maior produtor brasileiro. Os aspectos relacionados à Covid-19 implicam em baixa liquidez no mercado de trigo e derivados, devido a possíveis impactos na demanda, que pode até se recuperar com um novo auxílio emergencial, e na oferta, pois deve afetar os processamentos industriais, em função das restrições sanitárias. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram alta de 1,14% no Paraná e de 0,34% no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, por outro lado, há leve recuo de 0,01%. No mercado de lotes (negociação entre empresas), os avanços são de 0,74% em São Paulo e de 0,62% no Paraná. Porém, há quedas de 0,72% no Rio Grande do Sul e de 0,02% em Santa Catarina.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as compras brasileiras somaram 449,6 mil toneladas em fevereiro/2021, volume 30,2% inferior ao de janeiro/2021 e 14,5% abaixo do de fevereiro/2020. Do total importado pelo Brasil no mês passado, 84,2% vieram da Argentina, 11,32%, do Paraguai, 4,4%, dos Estados Unidos e 0,1% veio do Uruguai. O preço médio da importação em fevereiro/2021 foi de US$ 248,84 por tonelada, 3,4% acima do valor de janeiro/2021 e 22,6% superior ao de fevereiro/2020. Ao se considerar o dólar médio de R$ 5,42 em fevereiro/2021, o custo médio da importação foi de R$ 1.349,20 por tonelada FOB, 53% a mais que em fevereiro/2020. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 22 a 26 de fevereiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 274,69 por tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,47, o cereal importado era negociado a R$ 1.503,08 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média de R$ 1.490,54 por tonelada. Para o Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 257,34 por tonelada, o equivalente a R$ 1.408,13 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.454,96 por tonelada no Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, a cotação FOB no Porto de Buenos é de US$ 268,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o contrato Março/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra desvalorizaão de 0,2% nos últimos sete dias, a US$ 6,54 por bushel (US$ 240,30 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta recuo de 1,2% no mesmo comparativo, a US$ 6,17 por bushel (US$ 226,80 por tonelada).

A queda está atrelada à valorização do dólar, o que reduz a competitividade do cereal norte-americano. Além disso, a expectativa de chuvas na principal região produtora de trigo do país norte-americano, o sul das Grandes Planícies, também pressiona as cotações. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 25 de fevereiro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2020/2021) somaram 18,03 milhões de toneladas, volume 4,12% inferior ao escoado no mesmo período do ano passado. Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos foram México (95,989 mil toneladas), Indonésia (74,344 mil toneladas) e Tailândia (57,900 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.