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23/Fev/2021

Tendência de alta com a retração dos vendedores

As negociações do trigo em grão seguem em ritmo lento. Os vendedores permanecem retraídos das negociações, na expectativa de novas altas de preços. Os moinhos, por sua vez, com estoques elevados de produtos acabados, também estão ausentes do mercado, e os que permanecem ativos ofertam valores menores. Todavia, esse movimento não é suficiente para pressionar as médias nas regiões produtoras. No mercado de balcão (preço pago ao produtor), há pequeno volume de trigo disponível entre as cooperativas, mantendo a leve alta dos preços. No mercado de lotes (negociação entre empresas), a valorização do dólar frente ao Real e a elevação dos preços externos deram suporte às cotações. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão registram leve alta de 0,43% em Santa Catarina, 0,26% no Rio Grande do Sul e 0,16% no Paraná. No mercado de lotes, os avanços são de 0,55% em Santa Catarina, de 0,53% no Paraná, de 0,14% no Rio Grande do Sul e de 0,12% em São Paulo.

Na parcial deste mês, o preço médio do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) do Rio Grande do Sul está em R$ 1.441,96 por tonelada, avanços de 6,8% frente à média de janeiro/2021 e de expressivos 70,6% em relação a fevereiro/2020, em termos nominais. No Paraná, a média está em R$ 1.490,68 por tonelada, altas de 5,8% em um mês e de 53,2% em um ano. Em São Paulo, a média está em R$ 1.528,06 por tonelada, elevações de 5,7% frente à de janeiro/2021 e de 51,6% em relação à média de fevereiro/2020. Em Santa Catarina, o preço médio do trigo está em R$ 1.496,17 por tonelada, respectivos aumentos de 4,7% e de 62,9%, também em termos nominais. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as compras externas de trigo até a segunda semana de apresentaram média diária de 21,86 mil toneladas, contra 29,23 mil toneladas por dia no mesmo mês de 2020, redução de 25,34%.

Os preços de importação registram média de US$ 249,90 por tonelada FOB origem, 18,76% acima dos verificados no mesmo período do ano passado (US$ 203,00 por tonelada). Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 8 a 12 de fevereiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 276,47 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período em questão, de R$ 5,38, o cereal importado era negociado a R$ 1.489,21 por tonelada, ao passo que o trigo no Paraná teve média de R$ 1.489,66 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 258,98 por tonelada, o equivalente a R$ 1.395,02 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.444,55 por tonelada no Rio Grande do Sul. Conforme apontam os dados do Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires permanecem a US$ 270,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, o contrato Março/2021 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago registra valorização de 2,2%, a US$ 6,50 por bushel (US$ 239,11 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato de mesmo vencimento do trigo Hard Winter apresenta avanço de 2,4%, a US$ 6,31 por bushel (US$ 232,13 por tonelada). Os futuros estão fortalecidos pela onda de frio no país norte-americano, o que pode ter gerado danos às lavouras; contudo, a avaliação ainda não foi finalizada. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 11 fevereiro, as exportações norte-americanas (safra 2020/2021) somaram 399,1 mil toneladas, recuo de 33% frente ao reportado no período anterior e 18% a menos que a média das quatro últimas semanas. Os principais destinos do cereal norte-americano foram a Nigéria (138 mil toneladas) e a China (131,7 mil toneladas). Em relação à safra 2021/2022, foram comercializadas 214,4 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.